Capital com grau de alto risco e o reflexo são os hospitais lotados

Diagnóstico do programa Prosseguir aponta novas ações restritivas

Mato Grosso do Sul voltou a configurar como bandeira vermelha, com alto risco de contágio de COVID-19, conforme o programa Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), divulgado ontem (26).

Em apenas um dia, o Estado registrou 34 novas internações nos leitos destinados à pacientes com COVID-19. A macrorregião de Campo Grande está com a taxa de internações em 91% e o reflexo do aumento de casos já aparece em vários hospitais da Capital.

De acordo com o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), MS registrou uma taxa de 1,4 internações por hora. Na quarta-feira (25), MS contava com 356 pessoas hospitalizadas. 205 em leitos clínicos e 151 pacientes em leitos de UTI.

Ontem, o número de internados subiu para 390. Destes, 227 estão em leitos clínicos, sendo 122 em leitos SUS (Sistema Único de Saúde) e 105 na rede privada. Em estado mais grave, 163 pessoas estão em leitos de UTI, com 94 na rede pública e 69 na rede privada.

A macrorregião de Campo Grande chegou ao patamar de 91% de internação; Dourados e Três Lagoas de 55% e Corumbá de 46%. Em apenas 24 horas, MS registrou novos 541 casos de coronavírus, com total de 95.193 pessoas infectadas desde o início da pandemia. De acordo com a SES, seis mortes ocorreram em um dia, totalizando 1.748 vítimas pela doença.

Visitas

Em decorrência da ascensão da doença, o Hospital da Unimed suspendeu ontem (26) as visitas à instituição. A decisão ocorreu após todos os 30 leitos de UTI destinados à pacientes COVID atingirem 100% de ocupação ainda na quarta-feira.

Para manter familiares informados neste momento, a Unimed Campo Grande disponibilizou uma equipe exclusiva que, diariamente, atualizará o quadro dos pacientes. A Santa Casa de Campo Grande, retaguarda do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), também suspendeu as visitas ontem. A decisão foi tomada como uma estratégia para controlar a rede de contágio do novo coronavírus na Capital. Com uma taxa de ocupação de leitos de UTI em 96,5%, o HRMS também suspendeu as visitas.

O presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache, divulgou através das redes sociais que nos últimos 15 dias houve um aumento significativo de novos casos de COVID-19 no hospital de Campo Grande. No hospital de campanha da instituição, o crescimento no número de atendimentos foi de 400%, conforme Ayache.

“Nós saímos de uma média de 40 atendimentos por dia, para cerca de 200. Isso nos trouxe uma sobrecarga aos nossos profissionais de saúde e um aumento no tempo de espera por atendimentos, trazendo um desconforto aos nossos pacientes, mas sobretudo, o que nos chama atenção é o aumento de internações em leitos de UTI”, reiterou Ayache.

De acordo com o presidente da Cassems, em decorrência da progressão da doença na Capital, a instituição está em processo de reativação de leitos. Na quarta-feira (25), secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, anunciou a possibilidade de abertura de 20 novos leitos de UTI na Capital, sendo 10 no HRMS, e mais 10 no Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian).

Prossegir

Em uma semana, 16 cidades de Mato Grosso do Sul entraram no grau de alto risco (bandeira vermelha) do programa Prosseguir, e outros seis se mantém na faixa vermelha. No total, são 22 municípios que devem adotar medidas mais restritivas e suspender as atividades de não essenciais.

Campo Grande volta para a bandeira vermelha após sete semanas em grau de médio de risco. A mudança de faixa ocorre no mesmo dia em que a cidade volta a realizar o toque de recolher, que passa a valer entre as 00h até as 5h.

Continuam pela segunda semana na bandeira vermelha: Aral Moreira; Bonito; Coronel Sapucaia; Dourados; Itaporã e Porto Murtinho. Outros 44 municípios estão em médio risco (faixa laranja) e 13 na de baixo risco (faixa amarela).

(Texto: Amanda Amorim)

https://oestadoonline.com.br/2020/11/27/calor-e-tempo-seco-se-mantem-neste-final-de-semana/

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