PM que espancou mulher algemada é transferido para a Capital

O Comando-Geral da Polícia Militar anunciou ontem (24) que transferiu o segundo-tenente André Luiz Leonel para realizar na Capital trabalhos administrativos e desarmado. Ele acumula denúncias de agressões no período em que comandou o batalhão da corporação em Bodoquena e foi flagrado por câmeras de segurança agredindo uma mulher algemada, em Bonito.

No caso de maior impacto, Leonel aparece em vídeo espancando uma empresária de 44 anos que estava algemada dentro de um quartel em Bonito. Antes, o governador Reinaldo Azambuja havia determinado o processo de afastamento do segundo-tenente e de outro PM que aparece na filmagem, feita em 26 de setembro, mas que só veio à tona neste final de semana, pelas redes sociais.

O Estado apurou que o objetivo dos comandantes da corporação é deixarem Leonel mais próximo da Corregedoria para facilitar as investigações e suas tomadas de depoimento, além de impedir uma fuga. Existe o risco desde que as denúncias das vítimas de truculência do PM se acumularam em menos de uma semana da divulgação do vídeo.

Além da empresária, que relata também ter sido arrancada de um restaurante pelos cabelos pelo segundo-tenente, são outros três casos.

Chamado de “tenente do medo” pelos próprios amigos, Leonel é conhecido pela truculência. Uma semana antes das eleições municipais, ele aparece em vídeo agredindo e pisando na cabeça de um homem de 24 anos preso por desacato durante um comício em Bodoquena, fato que lhe fez perder o posto de comandante da PM na cidade.

Agora, há também um comerciante de Bodoquena que, em janeiro, alega ter sido agredido e obrigado a revirar o lixo de seu próprio estabelecimento após Leonel suspeitar de uma adolescente de 17 anos consumindo bebida alcoólica.

Na Corregedoria, já há um processo de caso ocorrido em 2018 no qual Leonel teria agredido um professor de educação física.

As denúncias geraram comoção no Estado. Entidades como a Defensoria Pública manifestaram repúdio e prometeram acompanhar as investigações contra o policial militar.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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