Onças feridas em incêndio no Pantanal também foram baleadas

Exames realizados em duas onças que foram resgatadas de incêndios do Pantanal, no dia 4 de novembro, comprovaram que os animais foram baleados. A informação foi confirmada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

A necropsia feita na onça pintada que faleceu horas depois de chegar no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) mostou que havia um um projetil de arma de fogo alojado na região do tórax. O veterinário do Imasul e responsável técnico do CRAS, Lucas Cazati,concluiu que o tiro foi há cerca de três meses, mas pode ter contribuído para a morte do animal, que já apresentava função pulmonar debilitada.

“A pele rebatida mostra musculatura esquelética também vermelho-escurecida, com lesão nodular de coloração pardacenta e firme ao corte. Aberta, mostra presença de projetil de grosso calibre, envolto por tecido granulomatoso sem hemorragia. Observa ainda em lobo cranial direito presença de estilhaço de projétil acima mencionado, restrito a pleura”, escreveu o professor doutor Gilberto Facco, que assina o exame de necropsia.

Já o exame de Raio-X feito na outra onça que sobreviveu mostrou a presença de uma bala na região toráxica. Trata-se de um projetil de pequeno porte e o ferimento deve ter ocorrido já há alguns meses, pois a pele está completamente cicatrizada, afirma Cazati. O animal vai ter de passar por uma cirurgia para retirar o metal.

Segundo o Imasul, essa onça se recupera bem e passou por uma série de exames. Por conta da cirurgia que deve passar para a retirada da bala, o animal deve permanecer mais três meses no Cras.

Delegacia

O diretor presidente do Imasul, André Borges, esteve na Delegacia Especializada de Crimes Ambientais (Decat) e registrou Boletim de Ocorrência.

O delegado Maercio Alves Barbosa disse que já encaminhou o projetil para o Instituto de Criminalística a fim de determinar o calibre e o tipo de arma que fez o disparo. Com essas informações a Polícia vai instaurar um inquérito e pode fazer diligências na região para tentar identificar os culpados.

O resgate

As onças foram resgatadas próximas ao rio Paraguai, na região da Serra do Amolar, em condições precárias, sendo que uma não conseguia andar. O transporte a Campo Grande foi feito em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

(Com informações do Imasul)

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