PIX promete agilizar do pagamento de contas ao agronegócio

O Pix, sistema de transferências de dinheiro e pagamentos instantâneos que entrará em funcionamento a partir de 16 de novembro, promete possibilitar transações em 24 horas. Além de agilidade, reduzirá o uso de dinheiro em espécie, foi o que apontou o Banco Central e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Se no comércio a novidade já é motivo para comemorações, no agronegócio beneficiará os pequenos produtores. Clientes interessados em usar o Pix já podem começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução. Até a sexta-feira (30), pelo menos 57,8 milhões de chaves já foram cadastradas no Pix.

Para o Banco Central, o PIX trará a oportunidade de reduzir a circulação de dinheiro em espécie no país e, com a boa adesão, o número de chaves cadastradas já ultrapassa as 57,8 milhões. Vale lembrar que de acordo com o Sismercir (Sistema de Administração do Meio Circulante), do Banco Central, até a última quinta-feira (29), em todo o país pelo menos 8.405.192.465 cédulas estavam em circulação. Número este que é menor que o das 27.653.170.444 moedas movimentadas no Brasil, no mesmo período.

“Com o Pix, é esperada sim redução na circulação de dinheiro físico com a eletronização crescente dos pagamentos. Isso permitirá reduzir custos com custódia de valores”, informou em nota.

Questionada sobre as facilidades que o novo modelo de negociação possibilitará, a Febraban ressalta a modernidade e eficiência das transferências instantâneas, que reduzirão os saques em espécie e a utilização das cédulas como forma de pagamento.

“O Pix nos levará à era dos pagamentos instantâneos e é o jeito mais moderno e eficiente de fazer transferências instantâneas para onde você quiser. A partir de 16 de novembro será possível enviar e receber dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em transferência entre pessoas, pagamentos ao comércio e outros, de forma fácil, simples e instantânea. O cliente não precisará mais sacar dinheiro para o seu final de semana e poderá fazer um pagamento ou transferência fora do horário comercial. O recurso estará na conta do destinatário em até 10 segundos”, infornou a entidade em nota.

Alem disso, a federação relembra ainda que o país economizará, somente com custo de logística, cerca de R$ 10 bilhões ao ano. Tudo isso graças a que a nova modalidade possibilitará a implantação de negociações on-line, o que vai reduzir também a necessidade de saques em espécie nas agências bancárias e nos caixas eletrônicos.

“O Pix também será uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro
em espécie em transações comerciais, o que tende a reduzir os altos custos de transporte e logística de cédulas em um país de dimensões continentais como o nosso”, destacou.

PIX também impactará o agro

Segundo a professora de Economia e coordenadora do Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), de São Paulo, Nadja Heiderich, no caso do agronegócio, o PIX também vai servir para agilizar os pagamentos em diversas situações. Além de beneficiar pequenos produtores que dependem de uma renda imediata e não estão tão acostumados com as transações digitais.

ealizar o pagamento instantaneamente ao seu fornecedor, trazendo mais segurança de fluxo de caixa para os pequenos produtores. Não só o feirante para produtor, mas consumidor para o feirante. Trará mais agilidade e praticidade em termos desses pagamentos. Nas áreas rurais, a quantidade de agências bancárias é menor e de acesso mais difícil. De maneira digital, os produtores poderão realizar
pagamentos e ter recebimentos de forma mais rápida, fazendo um fluxo de caixa mais controlado, dado que ele depende dessa renda mais imediata”, pontuou.

Contudo, a princípio, a professora relembra que por conta das limitações de conectividade para usar a ferramenta no campo, algumas dificuldades poderão ser encontradas. Mesmo assim, relembra que o Banco Central já estuda a possibilidade da negociação off-line.

“A conexão de fato ainda é um problema nas áreas rurais do Brasil, mas a pandemia acelerou o processo de digitalização. Vários produtores têm investido em soluções de tecnologia. Existe também um movimento das operadoras de telefonia para investir em maior tecnologia para acesso a áreas rurais, diante dessa nova realidade e demandas surgidas por conta do distanciamento. Mas o PIX também tem soluções off-line, e o produtor pode gerar um QR code e enviar para o consumidor, para esse realizar o pagamento on-line. O Banco Central ainda estuda o pagamento ser realizado off-line, mas o recebimento ocorrer on-line”, finalizou. Confira a reportagem completa.

(Texto: Michelly Perez)

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