Mau hálito: o que está por trás e como se livrar dele

Dentista desmistifica as principais causas da halitose e as melhores formas de combatê-la.

Ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, o mau hálito não se trata de uma doença, mas sim de que algo no organismo está errado. Essa alteração, também conhecida como halitose, pode ir além do um mau cheiro, provocando restrição social e alteração de comportamento do indivíduo.

De acordo com a cirurgiã-dentista e professora do curso de Odontologia da Uniderp, Marley Socorro da Silva Auto, não existe uma causa única para que isso ocorra.

“Existem casos de origem fisiológica, que muitas vezes são transitórios (que requer apenas orientação), patológica (que requer tratamento), por razões locais (feridas cirúrgicas, cáries, doenças periodontais e outros) ou ainda por razões sistêmicas (diabetes, distúrbios renais, prisão de ventre e outros). É por este motivo que o sucesso do tratamento está vinculado a um bom diagnóstico”, explica.

Na maioria das vezes, a causa parte de problemas bucais e não estomacais. “É cada vez mais concreta, a relação entre o mau hálito e problemas na boca, como doenças periodontais, próteses mal adaptadas, cáries, redução do fluxo salivar, além da presença da saburra lingual, que é formada por restos alimentares e bactérias que se alimentam de células descamadas da boca”, acrescenta a profissional.

Tipos

Existe o mau hálito transitório e o crônico. Para cada tipo é feito um tratamento diferente.

Transitório: problema comum que pode resultar de momentos de estresse, higiene oral precária, longos períodos em jejum ou ingestão de alimentos com o cheiro forte.

Crônico: este tipo é intenso e não desaparece com medidas usuais de higiene bucal. Há necessidade de se investigar todas as possíveis causas e estabelecer o devido tratamento.

Fora isso, existe o mau hálito matinal que ocorre praticamente em todo mundo. Um dos fatores é a redução do fluxo salivar durante o sono e o tempo que se permanece em jejum, desaparecendo após a higienização.

Em contrapartida, ainda conforme a dentista, em alguns casos, o mau cheiro pode ser imaginário.

Prevenção

A halitose pode ser prevenida na própria rotina da pessoa, evitando jejum prolongado, bebendo de 2,5 a 3 litros de água por dia. Dieta alimentar saudável também auxilia na prevenção, escovação correta dos dentes três vezes ao dia, uso do fio dental e limpeza da língua, procurando sempre limpar a parte mais posterior.

Evitar o uso de enxaguantes que contem álcool. Combater o estresse e a ansiedade também são fatores que ajudam a impedir o mau cheiro. Além disso, a prevenção e o tratamento podem evitar outras doenças, como por exemplo, gastrite, amigdalite e pneumonia.

“A medida que a saburra se forma, ela passa a ser um meio propício à instalação e a proliferação de microrganismos patogênicos, que posteriormente vão se instalar em outros órgãos, como as amígdalas, pulmões e estômago”.

Diagnóstico

A descoberta desse episódio pode ser feita por meio de exame da cavidade bucal, investigando alguns fatores que desencadeiam esse fator, como por exemplo, estilo de vida do paciente e dieta alimentar.

Outro ponto é realizar o exame do fluxo salivar para detectar a quantidade e qualidade da saliva – fatores que favorecem o aparecimento do mau hálito.

Conforme relatado por Marley, dependendo do caso, o tratamento da halitose dura, aproximadamente, três meses.

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