Escolas particulares apostam na volta do ensino presencial

Medidas de biossegurança têm sido adotada para garantir saúde dos alunos

O retorno das aulas em meio a pandemia, tem sido um desafio tanto para os pais quanto para a própria escola. Diante disso, todo cuidado é pouco para que o ano letivo tenha continuidade de forma segura para aqueles que escolheram se adaptar ao “novo normal”.

A escola Funlec Raul Sans Matos, por exemplo, voltou a ativa trabalhando com 30% da capacidade da sala. No dia 21 de setembro, o ensino infantil retornou, e na última segunda-feira, foi a vez do ensino médio. O diretor pedagógico do local, Sizenando Sadakane, explica como ocorreu essa retomada.

“A partir da publicação que estabelece as normas, fizemos uma reunião com os pais e explicamos como seria a volta e os que concordaram em trazer o filho para escola, precisaram assinar um termo de compromisso e entregar aqui. A partir daí, a escola se organizou para atender todos esses alunos que optaram pela volta. Podemos atender mais, só que com um sistema de rodízio. Uma turma vem em uma semana e na próxima semana troca com aqueles que estavam em casa”, explica.

Para Sizenando, que é diretor há seis anos, a pandemia mudou o pensamento dos estudantes para melhor. “O comportamento dos adolescentes que esperávamos que fariam uma gracinha, não tivemos esse problema. Aqueles que voltaram são aqueles que querem a presença do professor. Ficamos surpresos com o comportamento positivo deles. Nós vimos o quanto é necessário termos empatia, se colocar no lugar do outro e saber o que ele está sentindo”, finaliza.

Insegurança no retorno

Cada pai e mãe tiveram o direito de escolher se continuava com as aulas online ou se seus filhos retornariam para a escola. De certo modo, é possível ver que grande parte ainda se mantém insegura. Prova disso é que antes da pandemia, o ensino infantil tinha, ao todo, 70 alunos, no qual, somente 15 voltaram. Já o ensino médio tinha 270 alunos, agora, somente 45.

É o caso da estudante Thais Cristina de Oliveira Souza, de 15 anos, que entrou em um consenso com a mãe Célia Cristina de Oliveira Souza, de que este não seria o momento certo para a retomada.

“Moro com minha vó e indo para a escola corro bastante risco de contrair o vírus. Não valeria a pena ir para as aulas, pois só faltam dois meses para acabar”, comenta Thais ao lembrar dos momentos com colegas e professores.
Já sobre a adaptação das aulas via internet, ela garante que com o passar do tempo se acostumou. “No começo foi difícil, pois nunca tinha estudado online antes, mas aos poucos fui me adaptando. Também acho mais fácil estudar em casa, pois não tem distrações”, comenta.

Aliado a isso, a mãe da jovem diz que ela tem se empenhado nos estudos e cumprido os horários estabelecidos, porém, dessa maneira, Célia acredita que o ensino perdeu a qualidade.

Reforçando seu papel de mãe sobre explicar questões da atualidade, Célia afirma que tem orientado a filha referente a pandemia. “Digo para tomar todos os cuidados recomendados pelas autoridades, com a higiene e distanciamento social. Além de manter a calma, pois logo esta pandemia passará e retornaremos nossa vida normalmente”, relata Célia.

Medidas de biossegurança

Diante da situação, são muitas as dúvidas de como será esse novo ciclo dentro dos colégios. Mas o que se sabe é que todas as escolas que foram autorizadas a reabrirem têm adquirido protocolos de segurança para prevenir a disseminação do vírus.

No caso da Funlec, o parquinho está fechado, a cantina só funciona como opção de delivery, cartazes estão espalhados com orientações do que é ou não permitido, dispenser com álcool gel na porta de cada sala, alunos espaçados uns dos outros, a coordenadora passa de tempo em tempo verificando as condições de saúde de cada um.

Não é permitido que o cabelo fique solto e o uso de acessórios também foi dispensado. Os materias que os alunos levaram no primeiro dia, ficaram na escola. Na entrada, a temperatura é aferida, além de um toten disponível e do tapete sanitizante.

Além disso, todos os funcionários passaram por treinamento, assim como os alunos, que no primeiro dia, precisaram aprender como lavar as mãos corretamente e sobre a importância do uso da máscara, que aliás, precisa ser trocada na hora do intervalo.

E assim, as escolas e centros de ensino vão tentando se adaptar em meio a um inimigo invisível, que é capaz de destruir a saúde, mas não a educação.

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