Com aulas remotas há sete meses, 33,6 mil alunos da REE (Rede Estadual de Ensino) correm o risco de perder o ano letivo. Conforme levantamento divulgado na segunda-feira (19) pela SED (Secretaria de Estado de Educação), dos 210 mil estudantes matriculados nas 345 escolas da rede, 2,1 mil abandonaram as atividades. Cerca de 31,5 mil não devolveram o material retirado com as resoluções.
Menos da metade dos estudantes da rede concluiu todas as atividades propostas, por volta de 100 mil alunos. Em 25% dos casos, 52,5 mil estudantes desenvolveram parcialmente os exercícios remotos. O levantamento foi realizado através do diário on-line do professor, com uma taxa de participação de 94% dos docentes.
A secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amêndola, fez um apelo aos pais e estudantes para que os estudos não sejam abandonados. “Ainda que ele pareça perdido, não fique longe da escola, ela é o seu futuro. Este ano [letivo] vai terminar e nós vamos avançar para o ano que vem”, frisou.
Segundo o superintendente de políticas educacionais da SED (Secretaria de Estado de Educação), Hélio Daher, caso os estudantes tenham interesse em evitar a reprovação, as escolas vão disponibilizar trabalhos de recuperação. “Os professores estarão disponíveis para entrega de atividades, bem como para tirar dúvidas”, reiterou.
Daher explicou que a SED optou por encerrar o ano letivo de 2020 de forma remota, para preservar a saúde dos estudantes, professores e colaboradores. Para ele, o impacto do retorno nas escolas estaduais não pode ser comparado ao da rede privada de ensino.
De acordo com Hélio, apesar de oferecerem a mesma etapa escolar e o mesmo currículo, um eventual retorno presencial das aulas na rede pública impacta diretamente no funcionamento das cidades. “Se nós retornarmos com o Ensino Médio só em Campo Grande, são mais de 9 mil alunos só do 3º ano. Seriam milhares de estudantes circulando nas ruas, nos ônibus, movimentando as comunidades escolares”, ressaltou.
Em relação ao ano letivo de 2020, Daher ponderou que, “com ou sem vacina”, as aulas voltam no ano que vem. O superintendente reiterou que, caso o retorno presencial não seja possível, os conteúdos serão mantidos de forma remota e através de ferramentas tecnológicas, como o Google Classroom.
Uma comissão estadual foi formada para analisar e preparar o retorno letivo de 2021. A previsão é que as aulas sejam retomadas entre fevereiro e março. O período de matrículas para o próximo ano ocorrerá normalmente e deve começar em dezembro.
Serviço psicológico
O governador Reinaldo Azambuja sancionou nesta terça-feira (20) a lei Nº 5.582 que prevê apoio psicológico aos alunos da rede estadual de ensino em situação de vulnerabilidade. A direção do estabelecimento de ensino será responsável por entrar em contato com os familiares dos estudantes para o devido encaminhamento para atendimento psicossocial.
(Com informações: Mariana Moreira)