Mulheres estão mais expostas psicologicamente à pandemia

Cuidado com os filhos, o medo do contato com a doença e a possibilidade de morte podem contribuir para uma maior fragilidade psíquica

A chegada do novo coronavírus causou diversas mudanças na rotina da sociedade. Pessoas em quarentena, preocupadas por não poderem ficar em casa, funcionários trabalhando em home office, escolas, universidades e comércios fechados. De crianças a idosos, todos sentem de algum modo os efeitos da doença e do isolamento social.

Diante deste cenário, é necessário dar uma atenção especial para a saúde mental, que pode sofrer com crises de ansiedade e picos de estresse, em especial as mulheres, uma vez que a pandemia trouxe o aumento da violência doméstica, sendo, o lar, muitas vezes um espaço de potencialização de medo e abuso.

De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Uniderp, Maria Lucia Kroll, os efeitos da covid-19 se manifestam em um cenário de fragilidade.  “O medo, a violência doméstica, o distanciamento das redes de apoio que possuem um papel muito importante na vida das mulheres vítimas de violência familiar, as dificuldades econômicas, os convívios intensos e forçados com estressores familiares, são alguns dos fatores que desestabilizam psicologicamente as mulheres”, revela a especialista.

As mulheres são as principais cuidadoras da família. Cabe a elas a responsabilidade de cuidar dos filhos, dos afazeres domésticos e além disso contribuir com uma parte das despesas do lar. Até mesmo o medo do contato com a doença e a possibilidade de morte, podem contribuir para uma maior fragilidade psíquica.

“Até um determinado ponto é natural se sentir com medo, preocupada e até mesmo com raiva, desanimada ou triste diante de um cenário pandêmico, uma vez que o inimigo chamado Covid 19 não tem rosto, nem forma, pode estar em qualquer lugar, representando um perigo permanente, o que de certo modo é um disparador do estresse, das alterações de humor, como ansiedade podendo levar a depressão”, explica.

As mulheres devem procurar as redes de apoio social que tem como objetivo principal acolhê-las, através da participação de governos, sociedade e políticas públicas voltadas para as necessidades femininas.

Sintomas de um psicológico abalado

  • Medo de infectar-se;
  • Medo da morte;
  • Sentimento de vazio e desamparo;
  • Pânico;
  • Insegurança com relação à economia e o futuro;
  • Frustração;
  • Tédio;

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