Pacientes com hipertensão arterial, diabetes, distúrbio do colesterol e tabagistas são na prática médica os que mais são acometidos pelo infarto agudo do miocárdio
O coração é um órgão formado por músculos que bombeiam sangue incansavelmente. Para tanto, é fundamental que ele seja alimentado com nutrientes e receba oxigênio, o que é feito por meio da corrente sanguínea. O infarto, ou ataque cardíaco como é popularmente chamado, acontece quando o suprimento de sangue é suspenso por um tempo prolongado. A falta de subsídios faz com que o músculo cardíaco sofra necrose, ou seja, morra e perca suas funções.
De acordo com o cardiologista e professor do curso de Medicina da Uniderp, José Fábio Almiro da Silva, O infarto é a morte do miocárdio, que é o músculo cardíaco causado pela falta de sangue prolongada. “O infarto acontece por déficit, ou melhor, falha abrupta da irrigação sanguínea para o próprio coração, acarretando a morte das células musculares do coração”, explica o especialista.
Apesar de poder acometer a população de uma maneira geral, sabe-se que as pessoas que mais sofrem infarto são homens acima de 40 anos e mulheres com mais de 50 anos, principalmente após a menopausa. “Pacientes com hipertensão arterial, diabetes melitus, distúrbio do colesterol e tabagistas são na prática médica os que mais são acometidos pelo infarto agudo do miocárdio. Lembrando que, destes citados, o tabagismo é o único fator que é modificável, ou melhor, não é uma doença, mas um hábito nocivo”, revela o cardiologista.
Sintomas mais comuns
O sintoma mais frequente é a dor no peito, normalmente iniciada como uma queimação, ou aperto, que pode irradiar para braço esquerdo e outras áreas, como pescoço. Inicia de maneira súbita, em repouso ou após um estresse emocional ou atividade física, mas não cessa após a interrupção da atividade. Os sinais podem vir com sensação de falta de ar, às vezes o médico fará o diagnóstico de edema agudo de pulmão, as famosas ‘batedeiras’ porque o infarto pode provocar arritmia, portanto às vezes o profissional nota assincronismo nas batidas do coração, pressão excessivamente alta ou até mesmo baixa.
“Não são todos os pacientes têm esse tipo de sintoma. Pode ter o que chamamos de características atípicas, principalmente, mulheres, diabéticos e idosos, que se queixam de mal-estar, muito suor, falta de ar, dores na região do estômago, e em última análise o paciente está tendo um infarto. Mas a dor no peito ainda é o sinal de alerta mais importante e que mais deve motivar a desconfiança para infarto agudo do miocárdio”, elucida.
Fortes emoções muitas vezes não são evitadas, mas o estresse emocional é facilitador do desenvolvimento de obstruções em artérias do coração que poderão acarretar o infarto, como também podem ser gatilhos desse infarto, e portanto, devem ser evitados.
Pessoas magras sofrem infartos
O conceito de magro na cardiologia é muito diferente do conceito estético. Muitas vezes o que norteia a cardiologia é a circunferência abdominal. Ideal é uma circunferência abdominal em mulheres abaixo de 88 centímetros e em homens de 102 centímetros. De uma forma que muitas vezes o aspecto estético é de uma pessoa magra, mas com aumento dessa circunferência abdominal, com desenvolvimento de doenças conhecidas como síndromes metabólicas e aumento de possibilidade de infarto.
“Independentemente da circunferência abdominal pessoas magras podem desenvolver infarto, principalmente, se tiverem história vasta de infarto na família, pai, mãe, irmãos, diabetes, tabagismos, sedentarismo. Algumas doenças predispõem o infarto, mas de outra forma, algumas drogas ilícitas, e até o uso de drogas lícitas, como tabagismo, podem precipitar o infarto.
Apesar de ser uma doença de alta mortalidade, muitos, pacientes sobrevivem ao infarto, principalmente se feitos o diagnóstico e tratamento precoces. “Mas, nos países desenvolvidos e no Brasil, ainda é a doença de maior morbimortalidade, segundo estatísticas do Datasus”, finaliza
Saiba como evitar um infarto
- Dieta balanceada, pobre em gordura, açúcares e maior ingestão de saladas e vegetais, bem como, de fibras e de ômega 3 em quantidades adequadas;
- Prática regular de atividade física. 150 minutos por semana, podendo ser de baixo impacto, como caminhada, nunca excessiva e sempre adequada aos padrões físicos e patológicos e hidroginástica em pessoas com artrose de joelho;
- Para cardiopatas, deve-se procurar orientação do seu médico cardiologista para avaliar a condição clínica, dependendo do caso, pode haver necessidade de envolvimento equipe que chamamos de multiprofissional, com fisioterapeuta, enfermeiro. Para perfeita orientação e acompanhamento do exercício adequado;
- Por último e não menos importante, o controle dos fatores de risco cardiovasculares, citados acima, como controle da pressão, do diabetes, cessação do uso do tabaco, combate ao estresse físico e demais fatores que colaboram com o aumento do risco de infarto;