A prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), recebeu entre os meses de maio e agosto deste ano R$ 86,3 milhões em repasses para o enfrentamento da COVID-19. Destes, R$ 83, 2 milhões são de recursos federais e R$ 2,8 milhões do Governo do Estado.
Os dados foram apresentados durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande para prestação de contas do segundo quadrimestre de 2020 da saúde. Em relação às despesas com o enfrentamento ao coronavírus, a pasta municipal empenhou R$ 57,4 milhões, que é o valor reservado para efetuar pagamentos e liquidou R$ 32,1 milhões.
“O que ainda não foi utilizado, R$ 25 milhões, está guardado para que possamos adquirir mais materiais”, explicou. Segundo o documento, as despesas são compra de equipamentos e material permanente, de consumo, bem ou serviço para distribuição gratuita e outros serviços de terceiros (pessoa jurídica).
Leitos e regulação
Além da prestação de contas sobre a COVID, o secretário também falou sobre os leitos e SISREG (Sistema de Regulação) do município. Segundo ele, com o aumento na demanda por internações hospitalares nos meses de maio até agosto, o número de leito teve que ser ampliado. Ao todo foram ampliados 115 UTIs (Unidades de Terapia Intesiva), sendo 79 no Hospital Regional, 10 no Hospital Universitário e na Santa Casa, e 16 leitos no Hospital do Pênfigo.
“Hoje, são 312 leitos de UTI em funcionamento e temos mais 20 montados, prontos para uso, caso seja necessário”, afirmou José Mauro. Conforme os dados, a produção de AIH (Autorização Internação Hospitalar) aumentou em 604% se comparado o primeiro quadrimestre, onde a produção foi de 264, com o segundo quadrimestre que registrou 1860 autorizações de internação hospitalar.
“Temos que ressaltar sobre esses dados que não houve falta de leitos em Campo Grande, mesmo com esse aumento entre maio a agosto”, assegurou. O SISREG também apresentou um salto no número de solicitações, o crescimento foi de 356%. Enquanto que nos quatro primeiros meses do ano foram 1.882 solicitações, no segundo quadrimestre as solicitações aumentaram a 8.595.
Ainda destro das ações de enfrentamento, de maio a agosto a prefeitura contratou 268 profissionais para fortalecer a força de trabalho. Somente entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, foram contratados, 208 profissionais.
O secretário revelou também na audiência pública que houve queda no número de demandas espontâneas por outras doenças que não fosse a COVID. “Os meses de junho e julho já apresentaram melhora, mas até maio, a demanda espontânea e agendada estava bem baixa”, explicou.
O número de atendimentos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) também apresentou redução de 36% em relação ao primeiro quadrimestre. “Essa queda está relacionada com as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus e principalmente ao isolamento social”, afirmou o secretário municipal de Saúde Pública. Acesse a reportagem completa.
(Texto: Rafaela Alves)