Pandemia revela desigualdade na educação brasileira

Com o novo cenário de crise sanitária é possivel ver os extremos de nossa sociedade. Enquanto um menino de 13 anos que vende manga em uma feirinha do Rio de Janeiro tem a mesma idade da filha de Vanessa Cavalieri e, até alguns meses atrás, estavam no mesmo ano escolar.

A diferença é que a menina tem acesso as aulas on-line em casa, mas a educação do menino foi interrompida pela pandemia, que expôs e afundou os extremos da desigualdade no sistema educacional brasileiro.

“Desde que começou a quarentena, em 16/3, ele não tem aulas. Às vezes, recebe apostila da escola por WhatsApp. Ele trabalha na feira com o pai em três bairros diferentes”, escreveu Cavalieri, juíza de um tribunal de menores, em um post no Facebook que se tornou viral.

“Minha filha mais velha, Valentina, também tem 13 anos e também está no 7º ano. Enquanto eu compro mangas e morangos na feira para ela comer, enquanto Gustavo trabalha em três feiras diferentes em vez de estar na escola, a Valentina está tendo aulas on-line de português, inglês, ciências, matemática”, acrescentou.

“O abismo da desigualdade entre alunos de escolas públicas e privadas, que já é atroz, só irá se agravar ainda mais”, alertou a magistrada.

Com quase 145.000 mortes, o Brasil é o segundo país em número de vítimas fatais pela covid-19.

A tragédia não tem sido igualitária: atingiu principalmente os pobres e as minorias. E a educação é um dos setores onde as fraturas desta nação de 212 milhões de habitantes se tornaram mais evidentes.

Pais, professores e legisladores lutam com as incertezas que cercam as escolas em todo mundo, com um fator adicional de complexidade.

Os 48 milhões de alunos dos Ensinos Fundamental e Médio no Brasil estão, basicamente, divididos em dois sistemas: o de educação privada, para 19% das famílias que podem pagar; e o da rede pública, para os demais

(Divulgação: Isto É)

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