Quentinhas do Cinema: Vivarium e sua crítica a ‘família de bem’

Vivarium é um filme extremamente mental para aqueles que buscam entender um pouco da psique humana, também certas dependências que nos cercam em determinadas fases da vida. Dirigido por Lorcan Finnegan, que até o momento não comandou nada relevante, mostra que tem uma biblioteca mental grande e inventividade de sobra. Isso fica evidente nos planos de câmera e na condução sobrea para acompanhar alguns acontecimentos desconexos ao longo do filme.

Tom (Jesse Eisenberg) e Gemma (Imogen Poots), são um casal pretensioso em busca de uma casa para começar a vida, os dois vão a uma corretora para visitar uma nova remessa de casas. O corretor Martin (Jonathan Aris), é um homem bem peculiar que vai até o lugar – que remete a um tipo de condomínio dos sonhos, dos mais lisérgicos, onde até as nuvens assumem formas mais agradáveis junto ao degradê perfeito entre o azul do céu e o laranja solar. A dupla logo percebe que aquilo é uma espécie de arapuca para mantê-los em uma espécie de experiência social.

Sem entregar muitos spoilers esse filme é uma grande surpresa para os desavisados, e também claro o que se pode retirar em assistir esse tipo de obra, com tantas nuances e espinhando em assuntos como maternidade, responsabilidade emocional, ganância. Jesse entrega uma boa performance mesmo sendo um ator mediano, bem dirigido ele funciona, quem brilha é Imagem que passa por poucas e boas quando um terceiro ‘elemento’ é inserido.

A partir deste parágrafo procure o filme no Streaming mais próximos para que possamos entender melhor o que foi passado nas 1h39. Avisados, vamos lá. O filme cresce sobre uma ode ao Status quo. Veja bem, se tudo que temos que fazer na vida é ter um parceiro e uma casa com filhos e a sociedade nos conduz como uma forma de mostrarmos que somos capazes. No filme temos um abandono de pai, um descontento tão grande por essa vida plástica, que somos jogados de supetão, depois do casamento o filme faz alusão aos alimentos não terem sabor ou se afogar em rotinas extremamente exaustivas para abster do convívio familiar. Todo o processo de construção do filme vai deixando bem claro as críticas a esses pilares da família que na verdade não existem.

(Confira mais na página C2 da versão digital do jornal O Estado)

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