Automedicação, um risco para saúde

A internet tem contribuído muito com isso e é preciso ter cautela com as informações disponíveis nas plataformas digitais

Evitar ir ao pronto-socorro ou a um ambiente com aglomeração de pessoas é apenas um dos motivos que fazem com que muita gente busque tomar remédios por conta própria, sem a orientação médica, a chamada automedicação.
De acordo com a professora do Curso de Farmácia do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Karla Regina Warszawski de Oliveira, medicamentos isentos de prescrição médica podem trazer complicações à saúde, por meio da ocorrência de eventos adversos, processos alérgicos e até mesmo intoxicação.

“Altas doses de paracetamol podem causar toxicidade hepática, o que, a longo prazo ajuda na perda da função do órgão ou até mesmo sua necrose. Já a dipirona utilizada em demasia, ocasiona prejuízo na formação das células de defesa do organismo e até mesmo provoca danos à medula. Anti-inflamatórios usados frequentemente, podem interagir com medicamentos de uso contínuo, como anti-hipertensivos, além de provocar possíveis reações alérgicas e perda da eficácia terapêutica de ambos”, alerta.

Conforme explica Karla, a principal causa de intoxicação no Brasil é em decorrência do uso de remédios sem indicação ou prescrição, indo contra princípios do uso racional de medicamentos. “É preciso ter cuidado com o risco de tolerância pelo organismo, causada pelo uso excessivo de medicamentos sem necessidade terapêutica, o que leva a perda da eficácia, ocultação de sintomas importante, agravamento da doença, além de contribuir para a resistência bacteriana. Outra orientação importante é deixar os medicamentos em um local seguro, longe do alcance das crianças, para evitar a ingestão acidental”.

 A internet tem contribuído muito para o fator da automedicação e é preciso ter cautela com as informações disponíveis nas plataformas digitais. Segundo, a especialista, apesar dos recursos virtuais, há um grande volume de fake news, que podem ser uma vilã para a saúde. “É importante pensar que existe a variabilidade individual, ou seja, fatores que influenciam como e quando o fármaco exerce a sua ação, e é eliminado do organismo, entre outros processos. A orientação é sempre buscar informação com o profissional da saúde”, informa.

O farmacêutico está acessível à comunidade e é capacitado para orientar sobre o uso, interações medicamentosas, indicações e recomendar medicamentos isentos de prescrição médica. “Uma dica essencial é seguir a posologia e se não for de uso contínuo, utilizá-lo somente durante o tempo que foi determinado. Prevenção é sempre o melhor remédio”, finaliza.

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