Restaurantes tentam segurar valor do “PF”, com cesta cara

Custos da alimentação subiram em itens como arroz, feijão e ovos

A majoração de 0,97% nos preços de alimentos da cesta básica, em especial os componentes do bom e velho PF, “prato feito”, acende o alerta nos empresários que trabalham com restaurantes e marmitex na Capital. Em agosto, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) já apontava que o preço dos itens da cesta básica registrava naquele período a sua 3ª alta consecutiva, com incremento de 0,97%. Os vilões foram óleo de soja (31,85%), arroz (13,61%), carne bovina de primeira (8,89%) e tomate (3,32%). 

Em Campo Grande a alta preocupa os empresários do setor de alimentação, que precisam decidir entre subir o valor do “prato feito” ou garantir a clientela em um período no qual as vendas caíram pela metade. 

Segundo José Mauro Rodrigues, 40, proprietário do Cardápios Restaurante, localizado na Rua Barão do Rio Branco, entre a Rui Barbosa e a 13 de Maio. O prato feito, que até os primeiros dias deste mês era vendido a R$ 10, atualmente precisou ser alterado para R$ 12. Os prejuízos acumulam desde a chegada da pandemia, anteriormente o estabelecimento vendia 4 mil refeições por mês, hoje apenas mil. 

“Apesar do aumento de 20%, os clientes não reclamaram e entendem a mudança. Muitos questionavam como a gente ainda estava conseguindo manter o valor baixo. Seguramos até onde conseguimos mas a margem de lucro não estava sendo boa devido os gastos com os alimentos. As dificuldades chegaram desde o começo da pandemia. Antes nós atendíamos 200 pessoas, tinha fila, mas agora são 60 pessoas para a refeição”, explicou ele. No local, o prato acompanha arroz, feijão, farofa, mais um adicional da casa, além de duas opções de carne. O ovo é adicional no valor de R$ 1,50. 

Para Dário Junior Chaves, 19, cliente frequente do estabelecimento, o aumento não causou incômodo, pois entende que o momento é de grandes custos para todos. “A gente entende, quando vai no mercado vê que o preço dos alimentos subiu, é necessário isso para o empresário. Se a gente for pensar que não gasta apenas esses R$ 2 de diferença quando se come e cozinha em casa, principalmente com o gás, água, luz, essa diferença é pequena e compensatória”, afirmou.

O acréscimo de preços chegou também à Pastelaria do Milton, localizada no Mercadão Municipal de Campo Grande. Quem contou sobre o reajuste foi o proprietário Milton Caetano, que com o restaurante há dez anos afirma que esta é uma época em que o empresário sente os impactos dos valores dos alimentos e da queda do movimento por conta da pandemia. Sendo assim, o prato feito precisou ter o custo atualizado. 

“Tentei segurar o máximo que pude, mas desde segunda-feira (14) nosso prato, que custava R$ 10, subiu R$ 2. Isso porque o arroz, óleo e a carne estão cada vez mais caros no mercado. Nos últimos meses, notamos uma queda no movimento, mas foi por conta da pandemia e não pelo aumento do almoço”, declarou.

(Confira a matéria completa na pág.A7)

Veja também: Material de construção subiu até 75% e agora some da lojas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *