Governo lança ofensiva para descobrir responsáveis por incêndio

Na 1ª fase serão visitadas 35 propriedades em Nabileque e Nhecolândia

Depois da Polícia Federal, foi a vez do Governo do Estado desencandear ontem (16) uma operação integrada para buscar identificar os focos de incêndio na região do Pantanal que pertencem ao Mato Grosso do Sul. Conforme O Estado revelou, 2,4 milhões de hectares já foram consumidos pelas chamas, o equivalente a 19% do bioma.

Dessa área total prejudicada, equivalente a 3,1 milhões de campo de futebol, 1,4 milhão de hectares estão no Estado, que possui quase 1,4 mil focos de incêndio ativos. A informação vem no mesmo dia em que a gestão Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou a ida de animais feridos resgatados para a sede central do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), na Capital.

Segundo o Governo do Estado, animais já resgatados do incêndio e que estão em estado grave foram encaminhados na tarde de ontem para a sede estadual do Cras, na Capital, onde passarão por atendimento.

Servidores do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), bombeiros e policiais militares e civis iniciaram a análise das imagens de satélite para verificar onde surgiram as chamas: o levantamento mostrará a área queimada e se estão condizentes com o que foi visto. “Com auxílio de imagens de satélite levantamos os prováveis inícios de alguns focos de incêndios na região do Pantanal e nessa primeira fase, que se estende até sábado”, explica o diretor-presidente do Imasul, André Borges.

Segundo a gestão estadual, até sábado deverá ser apresentado o primeiro balanço dos trabalhos.

A Operação Focus, como foi batizada, estava sendo planejada desde o ano passado, quando o Estado viveu situação de emergência devido a incêndios florestais e também em lavouras. O Imasul instalou uma sala de monitoramento de imagens de satélite para analisar o surgimento desses focos, fazendo cruzamento das informações com autorizações de queimadas controladas, por exemplo. O objetivo é também verificar se o proprietário teria perdido o controle do fogo ou, propositalmente, queimado área além do que foi autorizado.

Na primeira fase serão visitadas 35 propriedades rurais das regiões do Nabileque e Nhecolândia. São 20 pessoas em campo, alimentadas com informações obtidas em tempo real diretamente pela Imasul.

Além da operação, Mato Grosso do Sul recebeu 29 bombeiros do Paraná para reforçar o trabalho de combate às chamas nas cidades de Alcinópolis, Corumbá, Costa Rica e Ladário. Outros dez profissionais são esperados para hoje.

Mato Grosso do Sul enfrenta um período de incêndios florestais que tem devastado o Pantanal, o Cerrado e até a Mata Atlântica. O focos começaram a mais de 90 dias no bioma alagado e se estenderam para as outras regiões nas últimas semanas. O Governo do Estado decretou situação de emergência ambiental por causa das queimadas e recursos federais já começaram a chegar para ampliar o trabalho de combate ao fogo.

Na terça-feira (15), o Ministério do Desenvolvimento Regional liberou R$ 3,8 milhões para as ações de enfrentamento em todo o Estado. Os recursos serão utilizados em locação de aeronaves, contratação de horas de voo, compra de equipamentos e até em pagamento de diária, hospedagem e alimentação para os brigadistas. O dinheiro pertence ao primeiro plano de trabalho aprovado pela Defesa Civil Nacional. Outros serão liberados nos próximos dias.

Segundo o chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de MS, tenente-coronel Waldemir Moreira Júnior, situações críticas são registradas em três regiões: no entorno das cidades de Corumbá e Ladário – Baía Negra, Estrada Parque e Serra do Rabicho; na divisa de MS com MT – Serra do Amolar e Porto Jofre; e na Terra Indígena dos Kadwéus – próximo de Porto Murtinho.

Na Costa Leste de Mato Grosso do Sul, o Parque Estadual das Nascentes do Taquari, nos municípios de Alcinópolis e Costa Rica, já perdeu 15 mil hectares para o fogo – o que representa 49% da área de Cerrado devastada.

Estruturas do Cras foram montadas nas regiões do Estado que foram mais afetadas pelos incêndios para atender animais silvestres. Uma unidade móvel irá atender os animais do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari. De acordo com André Borges, o veículo está equipado com medicamentos e equipamentos para realização de exames para atendimento por dez dias.

Segundo o Governo do Estado, animais já resgatados do incêndio e que estão em estado grave foram encaminhados na tarde de ontem para a sede estadual do Cras, na Capital, onde passarão por atendimento.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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