#Alive

No Top 10 da Netflix, produção mostra que o cinema coreano de horror veio pra ficar
Marcelo Rezende

Desde que levou o primeiro Oscar na categoria de melhor filme com Parasita, o cinema sul-coreano vem ganhando o público ao redor do planeta. No dia 8 de setembro a Netflix lançou #Alive, filme de terror e suspense que está caindo no gosto dos espectadores brasileiros e figurando no Top 10 de produções mais vistas da semana. Dirigido por Hyung-Cho II, que traz com maestria um filme de zumbi diante da perspectiva do jovem Oh Joon-woo (Yoo Ah-in), e é ambientado em uma cidade tomada por um vírus misterioso, que transforma os infectados em zumbis. Isolado na própria casa, Joon Woo precisa achar uma solução para se manter vivo, até que apareça uma cura. Carregado de suspense excelentes enquadramentos de câmera, o diretor consegue apresentar em #Alive ótimos conflitos em um enredo já conhecido pelo público fã de histórias de zumbi.

Assistir #Alive, imediatamente nos remete aos reais tempos de quarentena que vivemos atualmente, onde o indivíduo é retratado isolado. O enredo é uma mistura de ação contra os zumbis e intimismo, que exprime a angústia do personagem principal parecido com a experiência do isolamento vivido por causa da pandemia do coronavírus, além da influência das mídias sociais e do uso da tecnologia. No filme os sobreviventes relatam a sua luta pela sobrevivência. A doença que transforma os sul-coreanos em zumbis, se espalha rapidamente. O caos, o terror e a destruição tomam conta das residências e pessoas contaminadas passam a cometer canibalismo. Pode até parecer mais do mesmo, mas a verdade é que #Alive é surpreendente. Vale o destaque para a atriz Park Shin-hye, a dobradinha com o protagonista Yoo Ah-in é perfeita, e muitas vezes, as expressões faciais e corporais substituem os diálogos tornando a trama mais interessante ainda.

Em sua passagem pelos cinemas das Coreia do Sul, #Alive arrecadou cerca de US$ 13.4 milhões em bilheteria mesmo com o momento em que a pandemia de Coronavírus ainda vem afetando os lançamentos dos filmes. De tal forma, observando o sucesso, a Netflix rapidamente cuidou de adquirir os seus direitos internacionais. Até o momento, o longa conta com 86% de aprovação na plataforma do Rotten Tomatoes, por parte da mídia especializada, enquanto a nota do público gira em torno de 64% de aprovação. Obviamente, é válido destacar que algumas variações devem surgir ao longo dos próximos dias. Ju-On: O Grito (Ju-on, 2002) foi pela mesma linha.

Aliás, não é de hoje que filmes de horror e terror asiáticos estão em evidência. “Ringu: O Chamado” (Ringu, 1998), ganhou remake americano e é aterrorizante. Ju-On: “O Grito” (Ju-on, 2002 ) também foi pela mesma linha e são grandes exemplos a serem citados. #Alive segue esta linha e vem senso muito elogiado pela crítica especializada.

Diego Petri da coluna “Não é Spoiler”, destacou o protagonismo das produções asiáticas. “#Alive se destaca não só pela produção em um enredo recheado de suspense, e sim por trazer a perseverança, a esperança, a busca por acreditar que tudo tem uma solução e que o impossível não existe. Enfim, como as citadas a Trilogia da Vingança e o filme de San-Ho, o cinema oriental deve conquistar ainda mais o público geral. Não só o gênero horror, mas pelo drama também. Eu espero que com #Alive, o público comece a procurar outros filmes e séries asiáticos e descubra as ótimas produções existentes.”

Janda Montenegro do site “Cine Pop” elogiou a direção do longa e avaliou a produção como ótima. “O diretor alcançou um bom ritmo no seu longa, sem deixá-lo cair nem mesmo nas muitas cenas sem diálogos em que só há um personagem em cena. Por fim, vale atentar a boa competência desse diretor em gravar cenas de ação e de intensa movimentação em locais apertados, como um apartamento ou um corredor, e de ter criado um filme com basicamente apenas essas locações. ‘#Alive’ é um ótimo filme de zumbi, e vai muito além disso. Com bastante semelhança ao nosso 2020, é um longa que convida à reflexão sobre sobrevivência e coletividade, surpreendentemente emocionante. Ah, sim, e com zumbis maneiros correndo para todos os lados, e não se arrastando.”

Já Hiccaro Rodrigues, do site de entretenimento ‘Estação Nerd’, colocou a Coreia do Sul como grande produtora de filmes de zumbis. “O longa ainda acerta na construção dos zumbis, não fazendo uso exagerado de efeitos digitais como ocorreu em Invasão Zumbi, os monstros aqui são frutos de uma maquiagem convincente. Porém, o filme derrapa nas situações de terror que são muito poucas para um filme do gênero (mas isso não é um pecado, apenas uma observação). O roteiro mescla bem situações plausíveis e clichês do gênero. O ritmo da trama é bom e o que vemos ocorre sem atropelos, de modo bem orgânico no geral. #Alive é a prova de que as melhores produções de zumbi vêm atualmente da Coreia do Sul, mesmo não sendo assustador o longa diverte e entretém com maestria, além de fazer um paralelo interessante com a quarentena que vivemos.”

#Alive é uma ótima pedida para os fãs de filmes de zumbis, principalmente se você quer ver algo novo com essa temática. A produção está disponível na Netflix e a classificação é de 16 anos.

(Texto: Marcelo Rezende)

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