A Organização Mundial da Saúde relatou que um a cada sete pessoas que são infectadas pela covid-19 é proficional da saúde, e em alguns países a cifra chega a um em três.
A OMS pediu que os profissionais médicos da linha de frente recebam equipamento de proteção para evitar que sejam infectados pelo novo coronavírus e possam transmiti-lo a seus pacientes e familiares.
“Globalmente, cerca de 14% dos casos de Covid relatados à OMS são de profissionais de saúde, e em alguns países chegam a 35%”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele acrescentou, porém, que os dados são limitados e que é difícil saber se as pessoas foram infectadas no trabalho ou em suas comunidades.
Tedros falava em um boletim à imprensa para marcar o Dia Mundial da Segurança do Paciente, que coincidiu com o momento em que o número de pessoas relatadas como infectadas com o coronavírus se aproximou de 30 milhões, sendo 938.291 mortes, de acordo com uma contagem da Reuters.
“Não é só o risco de infecção. Todos os dias, profissionais de saúde são expostos ao estresse, ao esgotamento, ao estigma, à discriminação e até à violência”, acrescentou.
Guy Ryder, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), disse que as cifras da OMS sobre infecções entre profissionais de saúde são “um testemunho chocante”.
“A segurança do paciente exige garantias de segurança do profissional de saúde também – dois lados da mesma moeda. Lamentavelmente, muitas vezes estas garantias estão ausentes”, disse Ryder.
Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS, disse que três coisas assombram os profissionais de saúde na linha de frente dos surtos de doenças infecciosas.
“A primeira é estar ali vendo pessoas morrerem porque você não pode ajudá-las. A segunda é ver um profissional ser infectado, seu colega de trabalho e amigo. E a terceira –e aquela que realmente abate os profissionais de saúde a maior parte do tempo nestas situações– é a chance de levarem aquela doença para casa e para suas famílias, seus amigos, seus filhos”, explicou Ryan.
Mais de mil enfermeiros já morreram depois de contraírem o vírus, informou o Conselho Internacional de Enfermeiros, uma associação sediada em Genebra, em um comunicado.
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(Texto: com informações da Reuters)