O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (10) que as vendas do comércio varejista teve seu terceira mensal consecutiva, tendo constado 5,2% de crescimento em julho, comparando com junho.
Apesar de continuar em trajetória de recuperação, o setor ainda acumula queda de 1,8% no ano. No acumulado dos últimos 12 meses, passou de 0,1% em junho para um avanço de 0,2% em julho.
“Este é o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000, e a terceira alta seguida no ano, com algumas categorias apresentando resultados acima dos registrados no período pré-pandemia de Covid-19, como móveis e eletrodomésticos e hiper e supermercados”, destacou o IBGE.
Embora seja a melhor taxa em 20 anos para o mês, o avanço de 5,2% em julho se deve sobretudo à base baixa de comparação após o tombo histórico registrado em abril e representa uma desaceleração frente a alta recorde de 13,3% em maio e de 8,5% em junho.
Na série sem ajuste sazonal, em relação a julho de 2019, o comércio varejista cresceu 5,5%.
O resultado veio acima do esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 1,20% na comparação mensal e de avanço de 2,20% sobre um ano antes.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas cresceu 7,2% em relação a junho e 1,6% ante julho do ano passado, interrompendo uma sequência de quatro meses em queda. No acumulado no ano e em 12 meses, porém, ainda tem perda de 6,2% e 1,9%, respectivamente.
Perdas com a pandemia já tinham sido eliminadas em junho
Segundo o IBGE, alguns setores já estão bem acima dos níveis de fevereiro, como móveis e eletrodomésticos (16,9% acima), hiper e supermercados (8,9%) e artigos farmacêuticos (7,3%), além dos materiais de construção (13,9%). Por outro lado, seguem abaixo do nível pré-pandemia categorias como tecidos, vestuário e calçados (-32,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-27,2%) e veículos (-19,7%).
Com o resultado de julho, o comércio brasileiro superou em 5,3% o patamar de vendas registrado antes da pandemia do coronavírus.
“Em junho já houve uma recuperação total em relação ao patamar de fevereiro. Agora, toda essa variação de julho contra junho está excedente”, afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Segundo o pesquisador, o setor está conseguindo agora recuperar as perdas registradas e acumuladas no período pré-pandemia, se situando agora apenas 0,1% abaixo do pico mais alto da série, alcançado em outubro de 2014.
Em julho, apenas 26,4% das empresas disseram ter tido impacto negativo na receita em função da pandemia. Em abril, esse percentual chegou a 63,1%.
A receita nominal do varejo subiu 5,7% em julho. Na comparação com julho do ano passado, subiu 8,8%. No acumulado no ano, tem elevação de 1,4%. Em 12 meses, passou a acumular alta de 3%.
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(Texto: com informações do IstoÉ)