Volta às aulas presenciais pode afetar mais de 1.700 servidores

Muito se tem discutido sobre o impacto da COVID-19 no setor da educação, e com o aumento dos casos na Capital, as aulas presenciais na Reme (Rede Municipal de Ensino) e na REE (Rede Estadual de Ensino) seguem suspensas até o dia 7 de setembro, conforme o decreto em vigor. O presidente ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Nobre, defende que a retomada das aulas presenciais seja apenas depois da pandemia, haja vista que cerca de “1.750 servidores da educação são do grupo de risco, entre professores e setor administrativo”.

Nobre reiterou que a ACP preza pela não retomada das atividades presenciais em 2020, e que é contrária ainda a implementação de um ensino híbrido. O presidente do sindicato relatou que participou ontem (31) da primeira reunião da Comissão de Gerenciamento da Pandemia, responsável por discutir as adequações necessárias para a eventual retomada de aulas na cidade. Lucílio frisou que a educação não será recuperada a curto prazo e que o conhecimento do aluno em sua totalidade ficará prejudicado.

“Os professores em conjunto com a equipe pedagógica e a direção escolar estão trabalhando muito para que esse impacto seja o menor possível. Agora, é claro que haverá defasagem de conteúdo, de conhecimento, que cabe a essa comissão que está discutindo o pós pandemia debater qual é a melhor maneira de reparar esse impacto que estamos tendo em 2020”, ressaltou.

De acordo com a titular da SED (Secretaria de Estado de Educação) Maria Cecília Motta, uma possível data para o retorno das atividades escolares previsto para outubro, será discutido nesta semana entre a Comissão Estadual Provisória de Volta às Aulas, formada por 19 membros titulares. Com as aulas presenciais suspensas desde 23 de março, Motta relatou que um novo decreto com o calendário do ensino estadual será publicado nos próximos dias.

“A certeza é que dia 8 [de setembro] a gente não volta. É difícil prever algo neste momento, mas a próxima data para retorno é provável que seja 9 de outubro, período em que acaba o terceiro bimestre”, frisou.

Conforme a Semed (Secretaria Municipal de Educação), a comissão de volta às aulas definirá estratégias para o retorno, enfocando aspectos cognitivos, sócio emocionais, normativos e de biossegurança. A pasta está ainda, organizando um projeto de recuperação paralelo para os alunos no ano letivo de 2021, no contra turno. Entretanto, todas as medidas ainda estão em estudo, e serão definidas em momento oportuno.

Em regime de ensino à distância, os alunos da Reme e da REE estão em recesso de uma semana, de 31 de agosto a 7 de setembro, para “repor as energias”.

Aulas nas instituições privadas

O presidente da Associação das Instituições Particulares de Ensino de Campo Grande, Lucio Rodrigues Neto, defende que a retomada das aulas presenciais no setor privado não deveria ser decidida pelo poder público.

“Eu acredito que deveríamos dar essa autonomia para a família. Os pais deveriam ter a liberdade de decidir se preferem deixar os filhos em casa ou enviá-los para a escola privada, nós estamos tirando deles essa decisão, que não deveria ser do Ministério Público ou da prefeitura”, frisou.

Em Campo Grande, o retorno das escolas particulares está pré-definido para 10 de setembro. Entretanto, a data ainda precisa ser confirmada em reunião nesta quinta-feira (3), entre MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), prefeitura e representantes das escolas particulares.

(Texto: Mariana Moreira)

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