Bons nomes aparecem e desafiam conservadorismo da Capital

Estado Online consulta analista político sobre chances de renovação

É bem possível que, em 2020, dois fenômenos aconteçam: mais um recorde de abstenção, justamente em um pleito que deve superar todos os outros na quantidade de registros de candidaturas. Só em Campo Grande, contando os de chapa proporcional e os de majoritária, existe de forma inédita a possibilidade de serem quase mil pessoas pedindo voto e apoio a um sonho. Entretanto na visão de um especialista consultado pelo O Estado Online isso tudo não irá significar renovação.

Segundo Tito Carlos Machado, a eleição municipal de 2020 dificilmente irá proporcionar uma mudança de parlamentares na Câmara Municipal de Campo Grande. Na visão do geógrafo, com doutorado em Geografia Econômica e Política, são poucas as chances de novos representantes serem eleitos neste ano. O tradicionalismo do Estado é um dos motivos que explicam a atípica renovação política. “Campo Grande só teve uma eleição com um número significativo de vereadores novos. A tradição é de pouquíssima renovação e eu não acredito que isso vai ser mudado”, fala.

Para o especialista, o conservadorismo também é uma característica que costuma influenciar no resultado das eleições. “O Estado de Mato Grosso do Sul é o mais conservador nessa questão e em 1998 passou a ser um dos que menos renovam na política”, diz. Apesar da afirmativa, o geógrafo é enfático ao dizer que a qualidade não prejudica a política sul-mato-grossense. “Isso não significa que o Estado seja atrasado, isso não macula os políticos daqui”, afirma.

Além das particularidades e valores que costumam guiar o poder de voto dos eleitores, outro fator será responsável por alterar a dinâmica da corrida eleitoral de 2020. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) é mais um aspecto que deve influenciar a campanha municipal.

De acordo com Machado, a crise sanitária irá modificar a relação dos candidatos com o eleitorado. “A pandemia vai mudar um pouco o quadro. Essa relação de alguns anos pra cá já vem sendo mudada para uma mais distante, mas agora é uma mudança radical, é um dado novo. Os candidatos vão ter que estar preparados”, destaca.

Abstenção eleitoral

Na perspectiva do especialista, no entanto, a relação dos brasileiros com as eleições não sofrerá maiores alterações. No ponto de vista dele, mesmo em meio a pandemia, as abstenções de voto serão baixas. “Há um novo momento, por outro lado, eu acredito que não vá desanimar a população. Ao contrário do que se diz, a população brasileira gosta da eleição. Vai ter um número muito pequeno de abstenção”, finaliza

 

Foto: Reprodução

Juventude tem nomes com aval técnico e capacitação

Como em toda eleição, a chance da juventude – que na política possui uma faixa etária mais elástica, chegando aos ‘semi-40’ – é de que haja um processo de renovação nos espaços. Entretanto, para se credenciar a essa ‘procuração do povo’, alguns dos novos nomes apostaram em ganho de aval técnico e capacitação de alto nível. Isso na esquerda e na direita.

Dentre os novos nomes está o do pré-candidato a vereador pelo PSL, Marcos Silva que desde 2018 participa do RenovaBR. Com a finalidade de capacitar novos líderes, o RenovaBR é uma escola de democracia do Brasil que visa transformar pessoas comuns em lideranças preparadas para inovar.

Marcos Silva participou da primeira turma da escola, em 2018, e continua até hoje envolvido com o projeto. O pré-candidato que é o único líder Renova de Mato Grosso do Sul comenta sobre o curso. “O RenovaBR é uma escola de democracia que não distingue a liderança por partidos políticos. É uma academia para quem quer chegar em altos níveis e é a única forma de você realmente equalizar as distorções na política brasileira”, afirma.

Segundo o pré-candidato, os eleitores devem se atentar para o currículo daqueles que estão disputando as eleições. “O ideal é o eleitor analisar o currículo da pessoa e ver se ela tem condições técnicas de representar ela. Bom político é aquele que está preparado e representa o interesse público”, fala.

Em meio a uma eleição que apresenta diversos candidatos novos e outros já com experiência de mandato, Marcos reforça a importância do preparo pessoal e qualificação. “A pessoa é conhecida, mas não é preparada, então não serve”, pontua.

Seguindo a vertente de novas lideranças, alguns partidos apostam em pré-candidatos que apresentam qualidades como versatilidade, desenvoltura e engajamento nas pautas de interesse público.

Confira alguns dos nomes que estarão nas urnas em 2020:

Maicon Nogueira – Pré-candidato à Vereador pelo PS- Graduado em Comunicação Social e Ciências Sociais. Foi Subsecretário de Juventude de Campo Grande (2017-2020)

Natália Braga – Pré-candidata à Vereadora pelo PT – Pré Vestibulanda e Deputada Estadual e Federal Jovem por Mato Grosso do Sul (2016-2020)

Ivandro Fonseca – Pré-candidato à Vereador pelo PP- Administrador especialista em Saúde Pública e Gestão Hospitalar. Foi Secretário Municipal de Saúde de Campo Grande (2012-2015)

Denis Pereira – Pré-candidato à Vereador pelo Solidariedade – Fisioterapeuta

Rafael Tavares – Pré-candidato à Vereador pelo Republicanos- Empresário e ativista político. Criador do movimento EndireitaCG e EndireitaMS

Sandro Benites – Pré-candidato à Vereador pelo Patriotas – Médico toxicologista, especialista em nutrologia. Defensor do uso do Kit Covid que engloba medicamentos como Hidroxicloroquina, Azitromicina, Ivermectina,  Zinco e Vitamina D para tratamento precoce da Covid-19.

Yves Drosghic – Pré- candidato à Vereador pelo PDT

(Texto: Danilo Galvão e Jéssica Vitória)

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