Entenda como conviver com cachorros antissociais

Algumas medidas ajudam a contornar a situação, de modo a torná-la menos constrangedoras

Para quem gosta de receber visitar, conviver com um cachorro antissocial pode ser um “problemão”. Enquanto alguns animais se recolhem por medo, desaparecendo dos estranhos que “invadem” seu espaço, outros podem apresentar comportamentos agressivos, rosnando ou até mordendo os visitantes.

Algumas medidas ajudam a contornar a situação, de modo a torná-la menos constrangedoras. Porém, para resolver de vez a questão do cachorro antissocial, é preciso haver mudanças também no dia a dia. Nesse sentido, um dos primeiros passos é descobrir o que leva seu amigo a receber tão mal seus convidados!

De acordo com o zootecnista, professor e pesquisador do curso de Medicina Veterinária da Uniderp, Diogo Cesar Gomes da Silva, a maneira como um cão se relaciona com as visitas e com outras pessoas de um modo geral, depende de vários fatores biológicos e ambientais.

“Os fatores biológicos correspondem aos aspectos genéticos, fatores geralmente raciais que tornam certos comportamentos mais frequentes ou mais sensíveis. Já em relação aos fatores ambientais, vale ressaltar que um dos aspectos mais importantes nesta questão tem associação direta com uma série de aprendizagens, o qual chamamos de socialização. A socialização se inicia desde o nascimento e é por meio dela que os filhotes vão criando associações, representações e significados das coisas do dia a dia, incluindo o contato com as pessoas”, explica o especialista.

Muitos cães apresentam comportamentos incômodos aos tutores por conta de uma socialização deficiente ou mesmo inexistente. Estes animais estabelecem repertórios de comportamentos para lidar com as condições aprendidas por eles, e sem a instrução adequada de um profissional e de condições controladas e planejadas, muitos destes comportamentos podem ser verdadeiros desafios e prejuízos para os tutores.

“O período de socialização possui janelas de oportunidades, facilidades e sensibilidades decorrentes do desenvolvimento neural dos cães. Para os filhotes, as idades de 2 meses até os cinco, seis meses, são consideradas críticas para uma adequada socialização. Procurar um profissional para orientar a socialização dos filhotes é essencial neste período, isso vai permitir que associações adequadas e positivas façam parte da construção comportamental do filhote, aumentando a possibilidade de um animal adulto mais estável e adaptável”, esclarece o zootecnista.

Segundo Diogo, se você tem um animal com problemas de socialização, é necessário se responsabilizar pela qualidade dos encontros e eventos. “Converse com suas visitas e explique que seu animal é tímido, inseguro ou medroso, por exemplo. Isso garante que abordagens desnecessárias sejam feitas. Deixe o animal em um ambiente controlado e seguro para todos. Não é durante a presença das visitas que o trabalho de modificação de comportamento é feito, isso é um processo planejado e progressivo”, aconselha.

Se seu cão não apresenta problemas sérios de socialização, mas ainda assim incomoda as visitas com pulos, abordagens enérgicas, latidos excessivos por atenção ou urina no ambiente, a solução é um caminho semelhante ao de habilidades sociais. “Estes animais precisam aprender novas formas de se comportar. Um especialista em comportamento animal garantirá as mudanças na rotina”, finaliza.

(Texto: Bruna Marques)

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