Fábricas automotivas deixam Argentina e migram para o Brasil

Ao menos três empresas do setor automotivo anunciaram, nas últimas duas semanas, o fechamento de fábricas na Argentina e a migração das operações para o Brasil. Primeiramente foram a Basf e a Axalta, companhias que produziam tintas e resinas para automóveis, a anunciar a migração na semana passada.

Agora, a Saint-Gobain Sekurity, de origem francesa, fechou um acordo de demissão para seus 150 funcionários. A planta, especializada na produção de vidros para para-brisa, será incorporada pela subsidiária brasileira.

As decisões colocam em xeque a política industrial do atual presidente do país, Alberto Fernandez. A Saint-Gobain montou a fábrica em 2016 ao custo de 200 milhões de dólares, num acordo com o ex-ocupante da Casa Rosada, Mauricio Macri.

Em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, de forma atabalhoada, que o governo havia mapeado empresas que estavam dispostas a trocar a Argentina pelo Brasil. Em publicação no Twitter, ele afirmou que as multinacionais Honda, MWM e L’Óreal decidiram cruzar a fronteira, citando uma “nova confiabilidade do investidor” no país que ajudará a criar novos empregos. Dada a repercussão negativa da publicação, cerca de uma hora depois, a postagem foi apagada.

A Argentina não vive o momento de crise que sofreu entre os anos 1990 e 2010. No entanto, a deterioração dos fundamentos econômicos locais permanece.

(Texto: João Fernandes com assessoria)

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