A pandemia e a volta as aulas no Brasil

Pedro Chaves

Estou sendo convidado para participar de muitas lives com o objetivo de refletir sobre – educação em tempo de pandemia- por diversas instituições de ensino de Mato Grosso do Sul e de outros estados. Vejo essa iniciativa como muito positiva. Como tudo é muito novo nessa quadra histórica ninguém sabe como agir conscientemente diante da Covid-19, que, infelizmente, se mostrou um agente com imensa capacidade de destruir riquezas e vidas.

Mesmo depois de seis meses de convivência com o vírus há imenso cuidado com a volta as aulas em qualquer parte do mundo. 80% dos alunos do planeta foram impactados pela força do Covid e só uma pequena parte dos países está experimentando a sensação de voltar as aulas com medidas rigorosas de segurança.

As autoridades do campo educativo continuam fazendo experimentos para saber qual é a forma mais segura para esse processo acontecer. Daí que não é possível ter uma visão geral desse trabalho porque os países e as unidades federadas possuem suas particularidades. Os casos estão sendo estudados inclusive no âmbito municipal.

Ainda vamos levar tempo para sabermos quais são os caminhos mais seguros que permitem a volta dos alunos as salas de aulas nas três dimensões de ensino. Isso vale para todas as Nações. O vírus é muito perigoso. Tanto que algumas escolas abrem e, depois, voltam a ser fechadas porque a doença ainda ronda o ambiente escolar e as famílias dos alunos. Esse fenômeno está sendo muito comum nos países que supostamente controlaram a pandemia.

Tenho acompanhado com muito interesse o retorno as escolas. O que vemos são iniciativas com regras claras e duras que nada parecem com a rotina anterior. Os dirigentes estão tomando todos os cuidados sanitários para que os alunos não se convertam em vetores. A China, Japão, e os principais países da Europa já estão voltando as aulas. Essa é uma notícia alvissareira e o Brasil pode tirar lição dos cuidados redobrados que as autoridades internacionais estão adotando.

No caso do Brasil, então, não tem uma data definida para que todas as escolas voltem a funcionar. O que há é um intenso debate entre dirigentes de escolas privadas e públicas e as instâncias do sistema educacional brasileiro para definir um calendário de retorno que assegure condições básicas para que ninguém corra perigo de contrair o vírus.

Há consenso de que essa volta precisa seguir regras duras como as Nações que já estão experimentando o retorno as aulas. Claro que as escolas públicas e privadas possuem realidades diferentes e isso tem um peso imenso na decisão da data do retorno.

Na verdade, a doença deixou mais cristalina a distância entre os sistemas de educação que continua aumentando. O Estado precisa atuar com mais intensidade para apoiar os alunos mais vulneráveis economicamente no pós pandemia.

Ademais, mesmo não havendo uma definição formal sobre a volta das aulas existem alguns consensos sobre o tema: haverá nas escolas medidas de proteção como distanciamento dos alunos em sala de aula; uso de máscara e álcool em gel; lavatórios nas entradas e corredores das escolas; higienização das áreas comuns; aulas hibridas; poucos alunos por sala de aula; e uso de metodologias ativas para estimular que o aluno aprenda fora da sala de aula e recupere os conteúdos que não foram ministrados normalmente.
Estou esperançoso de que logo os nossos alunos estarão nas salas de aula com toda segurança. Eu quero voltar a visitar escolas e celebrar com os alunos a nossa vitória sobre a pandemia e a certeza de que o caminho da ciência é o único que nos conduzirá a dias melhores para todos. Fé e força que vamos vencer mais esse desafio! ”

É economista, educador, empresário e Secretário de Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

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