Mandetta mostra preocupação com relaxamento da população

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta participou na manhã desta quarta-feira (8) de uma live com vereadores da Comissão Especial em apoio ao Combate à COVID-19.O tema foi sobre o novo coronavírus e a atual situação na Capital. Mandetta demonstrou preocupação, uma vez que a maioria da população ainda acha que a cidade está tranquila, enquanto que os casos têm aumentado e preocupado autoridades.

Na live, presidida pelo vereador Dr. Lívio (PSDB), presidente da comissão especial, e mediada pelo vereador Eduardo Romero (REDE), Mandetta criticou a flexibilização em Campo Grande. “Estamos ao Deus dará. Você pode refazer seu plano, liberar aulas, comércio, tudo… Desde que você diga: ‘eu libero, mas todos têm que assumir e fazer seu papel. O novo normal é o impacto em tudo e todos os setores. Então, é preciso agir com o coletivo. Campo Grande precisa de um comitê de especialistas na área, assessorando, porque o achismo é o caminho mais perto da tragédia. Viver ou morrer são desígnios de Deus, mas dar a chance para todo mundo lutar pela vida é responsabilidade do prefeito, é responsabilidade da Secretaria de Saúde de Campo Grande”, destacou.

De acordo com Mandetta, em uma epidemia vai vir todo mundo para Campo Grande porque é maior chance de viver. “Recomendo que meçam todo dia os dados da doença, de manhã e meça e de novo à noite. Este quadro dramático pode ser ultrapassado aqui e este deve ser o foco. Não temos que minimizar nem subestimar a doença. Quantos médicos vão adoecer aqui? Quantos enfermeiros? Quantos fisioterapeutas? Vamos ter que preparar uma segunda linha de profissionais da saúde? Como vamos fazer? Individualmente quase 90% da população passa bem até com cloroquina, com fita do Senhor do Bonfim… O duro é que de 10% a 15% não passa bem, complica a situação e vai tudo ao mesmo tempo para o hospital”, pontuou.

Cloroquina

Sobre o uso da cloroquina foi categórico. “Tudo começa pela confiança que você tem no profissional de saúde que tem de procurar a evidência científica. Há quem defenda diversos medicamentos para tratar, o fato é que a ciência não aprovou nenhum e não tem ainda uma resposta absoluta. Não existe uma substância que tenha sido desenvolvida para esta doença. Então, ficamos na tentativa e erro, e a solução política é comum”, refletiu.

A preocupação do ex-ministro é quando profissionais da saúde chegam com estas propostas. “É comum politizar o assunto. Somos um povo de acreditar, faz parte do nosso DNA. Em uma situação de pandemia a gente quer acreditar que este remédio é milagroso. Vão se aproveitar da boa fé das pessoas. A ciência da saúde não permite isso e vai cobrar um preço muito caro. Torço para que algum desses medicamentos se imponha, mas no momento não tem nenhum”, explicou.

Alfinetada

Sobre a cutucada do presidente Bolsonaro a respeito da cloroquina e parentesco com o prefeito Marquinhos Trad foi direto. “Temos o parentesco de primo porque sei quem é o pai e a mãe dele e ele sabe quem são meus pais e só. Ele foi eleito legitimamente e no mais é uma pessoa, tem seu CPF e responde ao seu sufrágio muito importante e vem trabalhando com as armas que acha importante”.

(Texto:Rafael Belo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *