22 mil investidores de MS se aventuram na Bolsa

Mais rentável e acessível, mercado de ações foi tomado por pequenos negociadores nos últimos anos

Mato Grosso do Sul possui, pelo menos, 22 mil investidores, dos quais 78% são homens e 22% mulheres, informou levantamento da B3, a Bolsa de Valores brasileira, em 30 de abril. Este número representa apenas 0,9% do total de investidores e entre as ações mais procuradas por eles estão: Petrobras, Vale e Banco do Brasil. A tendência de alta no número de investimentos foi explicada por especialistas e investidores pela capacidade de se obter ganhos muito acima da renda fixa e pelo fato de que a taxa básica de juros está em patamares inéditos no Brasil.

Segundo Vitor Carettoni, diretor da Mesa de Renda Variável da Lifetime Investimentos, uma das principais assessorias credenciadas à XP Investimentos e com uma unidade em Campo Grande, o mercado de ações tem se tornado cada vez mais acessível.

“A quantidade de pessoas físicas investindo na bolsa vem tendo um aumento substancial nos últimos meses, ao mesmo tempo em que o ticket médio vem caindo. Ou seja, o pequeno investidor está tendo mais acesso ao mercado de ações. A possibilidade de se obter ganhos muito acima da renda fixa e o fato de a taxa básica de juros estar em patamares inéditos no Brasil são fatores que contribuem para essa migração. Para se ter uma ideia, até três anos atrás, 100 mil reais investidos em renda fixa rendiam aproximadamente 14 mil reais em um ano. Hoje, se o investidor aplicar essa mesma quantia, ele conseguirá um rendimento de apenas 3 mil reais brutos. Ao descontar o Imposto de Renda, esse retorno é ainda menor. Essa nova realidade força as pessoas a investirem no mercado de ações”, explicou.

Questionado sobre o momento atual, como ele interfere no mundo das ações e se é necessário ter uma grande quantia para iniciar nos investimentos, o especialista destaca que é durante as crises – como a atual, causada pela pandemia de novo coronavírus – que surgem melhores oportunidades.

“Historicamente, temos as melhores oportunidades de investimentos durante as crises, pois é quando os ativos ficam muito baratos. Exemplos mais recentes disso são greve dos caminhoneiros e impeachment. Nessas ocasiões, o índice Bovespa chegou a cair mais de 30% em janelas de três meses, sendo que quem teve sangue frio para comprar nesse momento, viu seu patrimônio mais do que dobrar nos 24 meses seguintes. Mas vale lembrar que, em alguns momentos, as crises se aprofundam e o investidor pode ver seu patrimônio diminuir drasticamente antes que as boas notícias tragam o mercado de volta para níveis mais elevados”, destacou.

Barreiras de entrada no ramo estão mais baixas, diz especialista.

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(Texto: Michelly Perez/Publicado por João Fernandes)

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