A polícia dos Estados Unidos matou 1.099 pessoas em 2019. Dessas, 259 eram negras (24%). No Brasil, a polícia fez quase seis vezes mais vítimas: 5.804 até o ano passado. Do total, 75% (ou 4.533) eram negros.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo matou 218 pessoas em alegado confronto no 1º trimestre de 2020. Dessas, 63,5% eram pretas ou pardas. No mesmo período, 31 negros, 41 brancos e 13 latinos foram mortos pela polícia norte-americana. No Rio de Janeiro, 80,3% dos 885 mortos pela polícia no 1º semestre de 2019 eram negros.
Em 2018, 343 policiais brasileiros morreram em serviço. Desses, 51,7% eram negros. A maioria foi vítima de homicídio doloso (60,6%) ou latrocínio (32%). Nos EUA, 106 policiais morreram em 2018, segundo o FBI, entre negros e brancos.
Os negros também são maioria na população privada de liberdade no Brasil. De acordo com dados do 1º semestre de 2017, os negros representavam, em junho daquele ano, 61,6% do contingente de presos.
Mulheres
As mulheres negras são as vítimas mais recorrentes de homicídios. Segundo o Atlas da Violência, a taxa de assassinatos delas cresceu 29,9% em 10 anos, até 2017. No mesmo período, o índice de homicídio de mulheres de outros grupos demográficos cresceu 4,5%. As negras também integram o grupo que mais sofre por feminicídio: os dados mais recentes disponíveis mostram que elas foram 61% das vítimas fatais, no Brasil, em 2019.
(Texto: Poder 360)