Entrevista da Semana é com o deputado Marcio Fernandes

Nome do MDB para pré-candidatura a prefeito de Campo Grande fala sobre desafio

Depois de 20 anos seguidos na Prefeitura de Campo Grande, o MDB perdeu em 2012 a campanha de sucessão, e, pior que isso, mergulhou em uma profunda transformação, que agora parece dar ares de alguma resolutividade. Isso, deixando de concorrer em 2016 a um retorno, e amargando em 2018 uma participação modesta nas eleições para o governo do Estado. Agora, com o nome de Marcio Fernandes, sendo o de uma pré-candidatura, esse renascimento volta a ser almejado, graças a consenso interno, e a uma linguagem moderada, técnica, além de tudo essencialmente propositiva.

Com a bênção de André Puccinelli, ex-governador e ex-prefeito muito bem lembrado pelos campo-grandenses, Márcio acerta os ponteiros do desafio, preparando um plano de propostas, que na visão dele pode ser o mais completo entre os que disputarem as eleições municipais em Mato Grosso do Sul. Experiente, já no quarto mandato na Assembleia Legislativa, ele provavelmente reviverá em 2020 um desafio que teve no início da sua carreira política. Pouca gente se lembra, mas o parlamentar já foi candidato a prefeito, no caso em 2004, na pequena Jaraguari, onde perdeu por menos de 100 votos. Uma derrota que o ensinou e o tornou maior. Já que, nos anos seguintes, se elegeu depois deputado estadual, com excelente atuação.

“São anos de contribuição, e quando pudermos vamos defender o legado, mostrar ao cidadão tudo o que foi realizado”, fala o pré-candidato do MDB na Capital. Confira a entrevista:

O Estado: Deputado, você vinha ensaiando esta pré-candidatura já há alguns anos. Nas eleições de 2016 por que não concorreu?
Marcio: Na época, eu não estava no MDB. Eu estava em um partido pequeno, e que na ocasião se resolveu por não ter uma candidatura própria. Depois disso, no MDB, sempre me coloquei à disposição do partido. Pois todo político, tendo mandato ou não, deve se colocar à disposição do partido que está filiado. Com o objetivo de atender bem a população com projetos. Eu, particularmente, sempre tive o desejo de um dia ser candidato a prefeito de Campo Grande. Agora sou pré-candidato, mas estou seguindo com o meu sonho. Nós temos muito a contribuir, renovar é preciso. No MDB, no ano passado já fui escolhido como o nome que seria o pré-candidato a prefeito, o que me lisonjeia muito.

O Estado: O seu partido não vive um momento favorável em Mato Grosso do Sul, após anos de hegemonia. Até que ponto isso pesa?
Marcio: O MDB tem um legado muito forte, seja pelos mandatos do André, o que veio antes do Juvêncio, e entre 2005 e 2012 também. São anos de uma contribuição muito positiva, muito concreta, e nessa campanha, quando pudermos, vamos defender esse legado. Mostrar para o cidadão, aliás lembrar, tudo que foi realizado, citar planos que temos para Campo Grande, de maneira responsável, prometendo aquilo que dá pra se cumprir. Sempre falando a verdade, com transparência, com sinceridade. O plano de governo já está elaborado, foi produzido com o apoio de técnicos e, no momento oportuno, vamos apresentar a todos.

O Estado: Deputado, os últimos prefeitos de Campo Grande vieram da Assembleia Legislativa; confia nesta superstição?
Marcio: Eu confio muito na minha vitória. Não sei se essa máxima é uma verdade, mas, se eu vencer, ela continua a ser uma tendência que acontece na nossa política.

O Estado: Qual a importância do apoio do ex-governador André, que é considerado por muitos o melhor prefeito da história de Campo Grande?
Marcio: Até hoje, nas pesquisas qualitativas, a que a gente tem acesso, ele é lembrado como uma grande liderança aqui em Campo Grande. E a maioria das pessoas entrevistadas, quanto à pergunta sobre o melhor prefeito da história de Campo Grande, responde que foi o André. E realmente foi ele, porque revolucionou a cidade. Eu tenho o maior carinho e orgulho de ser aliado dele, e conto muito com o seu apoio. É um cabo eleitoral muito forte.

O Estado: Como você avalia a gestão do atual prefeito da Capital, que enfrentou grandes desafios no mandato, após quatro anos de uma política atribulada no município, entre 2013 e 2016?
Marcio: O Marquinhos sucedeu uma gestão, dos quatro anos que vieram antes dele, muito ruim. Então, qualquer coisa um pouco boa, que viesse depois desse período de turbulência, já apareceria como uma boa notícia. Porém, as pesquisas a que a gente tem acesso mostram que a administração dele é regular. Não é boa, nem ruim, apenas regular. O que indica que uma grande parcela das pessoas na nossa Capital não se sente contemplada com a gestão. Por isso até vamos nos colocar à disposição desse pleito, não para bater no prefeito, ficar só falando mal da atual gestão, e sim para apresentar uma proposta diferente da dele, que nós acreditamos ser o que as pessoas precisam. Algo novo, que priorize os bairros, e não apenas o centro da cidade. Sem priorizar recursos exorbitantes para uma única avenida, mas com o foco de levar asfalto a muitas regiões que estão sem, e quando é sol vivem aquele poeirão, e na chuva, um lamaçal. Atender, como sempre fizemos, uma administração que atende lá na ponta, respeitando a qualidade de vida de todos. Buscando o melhor como um todo, seja na Saúde, na Assistência Social, na Habitação Popular, da mesma forma que foi a marca dos anos em que o MDB governou Campo Grande.
Temos hoje mais de 8.500 famílias com filhos, que não conseguem uma vaga em creche. Não vou dizer que não existia fila de espera na nossa época de Executivo na Capital, mas o campo-grandense sabe que era um problema muito menor e mais bem gerenciado.

Confira a entrevista completa na edição de domingo do Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul ou pelo canal de Youtube da TV O Estado, acessando o programa TAKE 1:

(Texto: Bruno Arce e Izabela Cavalcanti)

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