A nomeação do delegado Alexandre Ramagem, 48, para a direção-geral da Polícia Federal questionada na Justiça antes mesmo de ser publicada no Diário Oficial da União, na edição desta terça-feira (28), junto com a indicação de André Mendonça para o Ministério da Justiça.
Com experiência na Operação Lava Jato no Rio e no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas, Ramagem chega ao cargo em momento de grande tensão depois que Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na corporação.
Ex-diretor-geral de Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado Alexandre Ramagem assumirá a direção-geral da Polícia Federal no lugar de Maurício Valeixo, pivô da saída de Sérgio Moro do governo.
Ramagem chefiou a segurança de Bolsonaro na campanha de 2018, depois de o então candidato ter sido vítima de uma facada em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele foi o terceiro a assumir a coordenação da segurança pessoal de Bolsonaro, sucedendo Daniel Freitas e Antonio Marcos Teixeira. Antes de assumir o posto, Ramagem foi coordenador de recursos humanos da PF.
Subordinado ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ramagem foi elogiado pelo chefe por sua atuação à frente da Abin. “Transmitiu a seus subordinados uma nova concepção de inteligência, ágil e focada na informação tática, capaz de competir com a rapidez da Internet, reduzindo o preciosismo em prol da velocidade”, escreveu Heleno em sua publicação no Twitter no início de março.
A oposição questiona ligações pessoais do novo diretor da PF com filhos do presidente Jair Bolsonaro investigados pela própria Polícia Federal.
(Texto: João Fernandes com Congresso em Foco)