Isolamento social e o risco de obesidade em animais domésticos

Durante o período de quarentena e isolamento social, os tutores precisam redobrar a atenção com os animais de estimação quando o assunto é a alimentação. Humano em casa, sinal de petisco liberado! Mas será que o excesso de ‘mimos’ pode impactar na vida dos bichinhos?

De acordo com o zootecnista e professor do curso de medicina veterinária da Uniderp, Diogo Cesar da Silva, neste período é bem possível um ganho de peso, mas quanto o animal ganhará e se isso configurará condições de obesidade depende dos hábitos adotados pelos tutores.

“Basicamente, um possível ganho de peso pode estar associado com a queda na diminuição do gasto calórico do animal, como diminuição de atividades físicas e um aumento do ganho calórico pela alimentação. Uma dieta adequada em termos de balanço nutricional e a forma como a oferta acontece quantidade e frequência, são fatores decisivos para o sobrepeso ou obesidade. Por isso, o tutor deve ajustar a rotina do cão e sua alimentação”, orienta o especialista.

Coloque sempre a refeição na quantidade correta recomendada. Não exagere, pois no período de ociosidade alguns pets podem comer mesmo sem ter fome. “A quantidade certa de ração depende basicamente do padrão racial, estrutura corporal, aspectos biológicos específicos, seu peso, e a própria composição da dieta. Então, o ideal, é que a dieta seja calculada individualmente para cada animal, seguindo recomendações de um médico veterinário ou zootecnista. De uma maneira mais genérica, as instruções da dieta comercial, especificam uma certa quantidade diária em função da idade e do peso”, revela o médico veterinário.

Cães e gatos adoram um petisco, mas e muito importante se atentar a tabela nutricional para que o consumo de calorias seja respeitado. “O petisco, independentemente de sua finalidade, também possui calorias em função dos nutrientes como proteínas, carboidratos, minerais, etc. Seu consumo excessivo associado com a dieta base pode desbalancear as quantidades de nutrientes diários”, expõe.

A hora da alimentação também pode ser um momento para exercitar a mente e brincar com o pet. Opte por colocar o alimento em comedouros interativos que desafiam o animal a ‘conquistar’ sua refeição. Procure, também, encontrar novas maneiras de interação dentro de casa: brinquedos para ambientes internos podem ajudar a estimular a mente e exercitar o corpo do cão.

“As brincadeiras podem ser planejadas para contribuir com a queima de calorias, no sentido de gastar a energia do cão, como brincadeiras de bola, frisbee, cordas de puxar, e podem também ser feitas pensando no gasto de ‘energia mental’, como brincadeiras cognitivas, que promovam desafios para o cão superá-los”, aconselha.

Estudos científicos evidenciam que um maior peso e condições de sobrepeso e obesidade estão associados com menor expectativa de vida. Além disso, o aumento excessivo de peso, assim como ocorre nos seres humanos, aumenta a propensão a algumas doenças, como diabetes, hipertensão, problemas renais, etc, contribuindo, assim, para um quadro de redução da qualidade de vida.

(Texto: Bruna Marques)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *