Confira como diferenciar o coronavírus de asma e alergias respiratórias

O outono chegou e com ele a temporada de alergias respiratórias também. O clima seco favorece a concentração de partículas alérgicas e com as mudanças climáticas, as crises costumam aparecer. Mas os sintomas de vários problemas respiratórios são confundidos com o coronavírus.

De acordo com a pneumologista e professora do curso de medicina da Uniderp, Ana Maria Campos Marques, as pessoas com problemas respiratórios têm o mesmo risco da população em geral. Adquirir a doença depende da exposição ao COVID-19, por isso é importante seguir a recomendação do afastamento social, as práticas de higienização, principalmente das mãos, e o uso de máscaras.

“O risco de essas pessoas adquirirem o coronavírus é que elas estão dentro dos 20% que podem evoluir de forma mais grave, com complicações, pois o seu sistema respiratório comprometido facilita a agressão do vírus, da mesma forma que a gripe pode evoluir de maneira mais grave. Em resumo, os diferentes vírus respiratórios encontram, nos pulmões doentes ou susceptíveis, o lugar ideal para se reproduzirem. É bom lembrar sempre que o tabagismo é um fator de risco para uma evolução ruim nos casos de infeções respiratórias virais, principalmente, pelo COVID-19, seu alvo são os pulmões. Os usuários de narguille e dos cigarros eletrônicos também têm o risco de evolução ruim”, revela a especialista.

As principais alergias que se manifestam nessa época são a rinite caracterizada por coriza, espirro, entupimento nasal e a asma, marcada por falta de ar, chiado no peito e tosse seca. Mas outras reações podem acontecer, como faringite, sinusite, laringite. Todas com sinais semelhantes. Falta de ar e tosse seca também sinalizam a presença do novo coronavírus no organismo. No entanto, segundo a pneumologista, nos quadros alérgicos, em geral não há febre, que é um dos principais indícios da COVID-19.

“As pessoas com alergia respiratória apresentam quadros de rinite, ou asma que têm características semelhantes aos do COVID-19, porém, as crises alérgicas não têm febre, o sinal mais importante e frequente nos casos do COVID-19. Outro alerta seria um agravamento do quadro respiratório, sem febre, apesar de a pessoa já estar medicada para a crise alérgica, isso indica que o paciente precisa buscar atendimento médico”, orienta a médica.

É importante que as pessoas sigam todas as recomendações dos órgãos de saúde, principalmente as do seu município. Na dúvida, entre em contato com os canais de informação disponíveis pelo município, Estado, ou Ministério da Saúde. Seguir as práticas de higienização, afastamento social, etiqueta respiratória e o uso das máscaras. Entre as recomendações estão: lavar as mãos com água e sabão frequentemente, ficar em casa, sair somente se estritamente necessário.

“Em caso de pessoas que fazem uso contínuo de algum medicamento, a recomendação é que não o suspenda sem orientação médica. Ao se dirigir para um atendimento por estar com sintomas da COVID-19, é essencial informar o nome dos remédios de uso contínuo. Se for portador de alguma doença pulmonar que apresenta alterações na radiografia dos pulmões, o paciente também deve levar esse exame, pois o documento serve para separar um problema crônico do que é agudo”, finaliza a pneumologista.

E se eu nunca tive uma crise alérgica?

Normalmente, quem convive com asma e afins sabe reconhecer quando está em crise. Se esse não for o seu caso, verifique se algum elemento despertou os espirros, a coceira no nariz, a falta de ar. A reação alérgica ocorre devido à exposição a algum alérgeno ou por causa da mudança climática. Esses gatilhos incluem desde uma roupa que estava guardada no armário empoeirado ou com mofo até pelos de animais.

Sendo a sua primeira crise ou não, os profissionais orientam a manter a casa limpa e arejada, hidratar-se e lavar o nariz como forma de evitar as reações. Mas claro: se os sintomas persistirem ou piorarem, procure um médico.

(Texto: Bruna Marques)

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