Paralisação não muda sonho de piloto brasileiro

A vitória em Valência (Espanha) pela última etapa da temporada de abertura da MotoE, campeonato de motos elétricas do Mundial de Motovelocidade, ainda está gravada na memória de Eric Granado. “Foi a corrida mais marcante da minha vida”, afirmou à Agência Brasil.

Não é exagero. Em 17 de dezembro de 2019, o paulistano de 23 anos ultrapassou o experiente britânico Bradley Smith, de 29, na curva final do Circuito Ricardo Tormo para conquistar o segundo triunfo dele na temporada. Isso um dia após subir ao topo do pódio pela primeira vez, na mesma pista, dando fim ao jejum de 14 anos sem vitórias brasileiras em competições do Mundial (A última havia sido em 2005, com Alexandre Barros, considerado o maior nome da modalidade no país, na etapa de Portugal da MotoGP, principal categoria da motovelocidade).

Após Valência, Eric competiu em dezembro, quando levou o tricampeonato do Superbike Brasil (principal torneio nacional da modalidade). De lá para cá, até deu tempo para, no primeiro treino da pré-temporada da MotoE, em março deste ano, ser o mais veloz na pista de Jerez de la Frontera (Espanha). Mas, a pandemia do novo coronavírus interrompeu a preparação do brasileiro para a segunda temporada do campeonato, que teve a primeira etapa adiada e, a princípio, começa em 28 de junho, no circuito de Assen (Holanda).

“Tenho feito meus treinos funcionais em casa, com orientação de um personal. Agora, principalmente, estou fazendo uma reabilitação do ombro, com exercícios que o fisioterapeuta me passa. Faço algumas atividades no rolo de treinamento [de bicicleta]. Busco manter distância e seguir as recomendações de saúde. Mas, não há nada que se assemelhe à pilotagem. Não tem um simulador, como nos carros”, contou. “É triste pensar que vou ficar tanto tempo sem pilotar. É algo que nunca vivi, mas é uma questão ímpar. É para todo mundo”, completou.

A pausa forçada se dá na melhor fase da carreira do paulistano. Após os resultados do ano passado, ele foi anunciado como reserva da equipe Avintia na MotoGP. Ou seja, caso algum dos pilotos titulares do time (o mesmo pelo qual compete na MotoE) não possa correr, o brasileiro terá chance na principal categoria da motovelocidade.

Dá para entender, então, o porquê do início promissor em 2020 encher o piloto de moral. “Sim, considero que estou entre os favoritos na MotoE. Estamos muito bem, preparados. A temporada passada terminou com chave de ouro e estou confiante. Dá uma energia extra, um gás para recomeçar da melhor forma”, afirmou.

Em entrevista à Agência Brasil, Eric Granado também explicou as diferenças de pilotar motos elétricas e as movidas à combustão, destacou a importância de ter começado a competir cedo (aos nove anos) na Europa e garantiu que, apesar da chegada à MotoGP ser o próximo objetivo, não sente pressão ou ansiedade por isso. Mas sentenciou: “Quero ser campeão mundial”.

(Texto: Agência Brasil)

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