Estudo mapeia três tipos de coronavírus existentes no mundo

Existem três percursos traçados pelo coronavírus (Covid-19) até que infectasse mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Kiel, na Alemanha. Há mais de 1.000 sequenciamentos genéticos do vírus, divididos em três grandes grupos, segundo os pesquisadores: A, B e C, sendo B derivado de A, e C derivado de B.

Para chegar a essa e a outras conclusões, eles analisaram as mutações do vírus nos primeiros 160 sequenciamentos genéticos desses invasores encontrados em pacientes humanos.

Os casos que surgiram no Brasil são muito mais ligados ao vírus que circulou na Europa do que aquele que apareceu na China. “A rede algorítmica (que analisou a proximidade das variações do vírus em cidadãos de diversos países) reflete uma ligação mutante entre o genoma viral da Itália e do Brasil”, escrevem os autores da pesquisa.

O grupo de cientistas usou um mapeamento de linhagens de códigos genéticos parecido com o modelo usado para identificar quais foram os movimentos migratórios das populações humanas pré-históricas.

No caso da pandemia, a estratégia busca traçar as rotas de infecção conectando os pontos entre os casos conhecidos. Ao entender como o vírus se espalha, é possível pensar em que medidas podem ser adotadas para conter a transmissão da doença de uma região do país para outra, por exemplo.

Tipos

O tipo A é considerado o “original”, que está mais próximo do vírus encontrado em morcegos e pangolins, dois animais que têm sido associados ao início da pandemia. Não se sabe até agora, porém, como o vírus chegou até o primeiro paciente humano.

O tipo B tem maior incidência no Leste da Ásia, mas não se espalhou muito a partir dali, afirmam os pesquisadores. Isso pode ter acontecido, segundo eles, porque o vírus pode ter encontrado resistência imunológica ou ambiental para se espalhar entre pessoas de outras localidades do mundo.

O tipo C é considerado o majoritário na Europa, e foi encontrado nos primeiros pacientes de países como França, Itália e Suécia. Essa categoria de sequenciamentos genéticos também inclui o Brasil.

Com 1,5 milhão de infectados, as mudanças no código genético não devem parar tão cedo para o novo coronavírus. E é possível acompanhar o mapeamento dessa evolução pelo site NextStrain, que oferece um mapa dos trajetos percorridos por cada variação ao redor do mundo ao longo do tempo.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do site BBC News)

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