Desemprego pós Covid-19 deve atingir 40 milhões no Brasil

Opinião é do presidente da XP Investimentos, que espera por um ‘Plano Marshall’ de verdade no país

Sem crescimento, e com o Brasil mergulhado nesse ano, na pior fase do capitalismo, desde a Segunda Guerra Mundial, o Brasil pode chegar ao triste número de 40 milhões de pessoas sem trabalho. Uma realidade causada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, de acordo com o presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol.

“É um número assustador”, disse ele, em uma live com outros empresários. Durante uma conversa em que o isolamento vertical e pressa na retomada da economia foram também enfatizados.

“Eu vi hoje uma entrevista do presidente regional do Fed de St. Louis, James Bullard (banco central norte-americano), dizendo que a taxa de desemprego irá subir de 3% para mais de 30% nos Estados Unidos por causa da crise”, afirmou.

“No Brasil, onde há mais de 10 milhões de desempregados, acredito que o impacto será muito maior”, disse. Benchimol defendeu a criação de um plano Marshall – pacote de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

“O que temos até agora é uma gota no oceano. Tem de ser um plano de verdade, os números são assustadores, o buraco é muito mais embaixo”, disse.

Na live, promovida pela XP Investimentos na qual participaram o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, o presidente da Stone, André Street, o presidente da MRV, Rubens Menin, Benchimol cobrou medidas mais robustas do governo federal para evitar o alta do desemprego e do caos social no país. “O risco é aumento de pessoas passando fome e no número de assassinatos.”

Em resposta ao questionamentos do CEO da XP, o presidente da Caixa Econômica Social, Pedro Guimarães, afirmou que mais de 20 a 30 milhões de brasileiros serão impactados com as medidas atuais. “Provavelmente vai se precisar de mais e vamos ajudar.

Já estamos postergando os pagamentos, reduzindo a taxas de juros”, disse. “Isso nos preocupa e está sendo liderado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.”

(Texto: Danilo Galvão com informações do Época Negócios)

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