CNI aponta reformas e acordo Mercosul-EUA para expandir comércio

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou nesta quarta-feira (25) a Agenda Internacional da Indústria, que reúne 109 propostas para fortalecer o comércio exterior. O documento foi elaborado nos últimos meses de 2019, antes do início da pandemia de covid-19 e da crise econômica mundial provocada pelo coronavírus.

Uma das ações consideradas prioritárias para a CNI é o fechamento de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e o Mercosul. A confederação ressalta como um dos pontos positivos de 2019 a conclusão do acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia – mas alerta que o novo governo eleito na Argentina pode gerar atritos na internalização do acordo.

O documento indica ainda “otimismo em relação à agenda com os Estados Unidos e à aproximação com a China”. A tensão entre as duas potências em 2019 foi uma das responsáveis pela desaceleração industrial no ano passado que, segundo a CNI, resultou no enfraquecimento generalizado da economia mundial em 2019.

Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, “as exportações serão um dos poucos motores de retomada do crescimento após o fim da pandemia”. Ele afirma que o Brasil precisa de uma estratégia para a o comércio exterior “com metas e prazos bem definidos.”

As propostas da Agenda Internacional da Indústria se pautam em 4 eixos: política comercial, serviços de apoio à internacionalização, ações em mercados estratégicos e cooperação internacional.

No cenário interno, a confederação diz que o governo de Jair Bolsonaro adotou em seu 1º ano “uma nova política externa, com maior priorização dos relacionamentos bilaterais“.

“Alguns atritos com regiões importantes, como países na América do Sul e na Europa, preocuparam, mas houve otimismo em relação à agenda com os Estados Unidos e à aproximação com a China“, consideram os responsáveis pelo documento.

A confederação avalia que a economia do país teve desempenho “fraco” no ano passado e atribui isso à “percepção de que a
aprovação das reformas estruturais levará mais tempo que o esperado” e também ao “pouco avanço na agenda de redução do custo Brasil“. “A recuperação econômica é umfato inegável, mas ocorre em intensidade baixa, com o PIB industrial tendo aumentado apenas 0,5%.”

Ainda assim, destaca que contas fiscais “evoluíram positivamente” e celebra a aprovação da reforma da Previdência. Para 2020, a confederação cobra que mais reformas sejam aprovadas, especialmente a proposta que simplifica a tributação no Brasil.

(Texto: João Fernandes com Poder 360)

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