Mudança no acordo entre EUA e China afeta dólar

O Ibovespa teve queda hoje de 0,72% a 115.189 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,189 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial registrou alta de 1,1% a R$ 4,2852 na compra e a R$ 4,2859 na venda, renovando máxima histórica nominal. O dólar futuro para março avança 1,1% a R$ 4,287.

Mais cedo, o câmbio chegou a cair, pois a decisão tomada ontem pelo Copom teoricamente seria positiva para o real. Se a Selic não cair a menos de 4,25%, como ficou claramente sinalizado no comunicado que não deve ocorrer, diferencial de juros entre Brasil e EUA não cai tanto quanto muitos esperavam, o que seria bom para as operações de carry trade.

Todavia, Faria Jr. destaca que o cenário externo acabou se sobrepondo a essa análise, pois mesmo as taxas se mantendo em 4,25% ao ano, o diferencial de juros não é tão atrativo assim se as taxas nos EUA se mantiverem entre 1,5% e 1,75%.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 teve alta de 10 pontos-base a 5,02%, o DI para janeiro de 2023 avançou 12 pontos-base a 5,54% e o DI para janeiro de 2025 ganhou 10 pontos, a 6,17%.

Começando pelo dólar, José Faria Jr., diretor da Wagner Investimentos, lembra que o câmbio por aqui seguiu o desempenho do dollar index global, que se fortaleceu porque a economia americana tem se mostrado muito mais forte do que as de outros países.

Ao mesmo tempo, Faria Jr. entende que a balança comercial brasileira já está prejudicada pelo acordo comercial EUA-China, que obrigou os chineses a comprar soja e petróleo dos americanos (aumentando a nossa concorrência nesses produtos), e agora o País ainda terá que enfrentar uma redução no crescimento chinês como reflexo do surto de coronavírus.

(Texto: Lyanny Yrigoyen com InfoMoney)

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