Artigo: Davos e a produção sustentável

Pedro Chaves

Vejo com imensa expectativa os encontros mundiais que tem como objetivo encontrar caminhos novos e seguros para o planeta. A complexidade do modo de produção capitalista exige muito dialogo para que todas as partes sejam beneficiadas com os frutos do progresso.

Os interesses de nações e empresas precisam levar em consideração que as riquezas naturais são finitas. O lucro não pode deixar de olhar para os grandes gargalos econômicos, sociais e ambientais que insistem em desafiar as forças vivas da sociedade global.

Já tive a feliz oportunidade de participar de colóquios internacionais voltados para debater questões ambientais, sociais e inclusive caminhos para promover a paz entre povos, por iniciativa da Organização das Nações Unidas, representando o senado brasileiro. Sei a importância dessas iniciativas.

Sou um entusiasta do dialogo multilateral. Acredito muito no trabalho desenvolvido pelas representações diplomáticas, entretanto, também defendo que as relações internacionais demandam a presença ativa de empresários, políticos, líderes religiosos, sindicalistas, ambientalistas e demais atores que sonham com a construção de um mundo mais justo, mais verde, mais seguro e democrático.

Estou entusiasmado com a reunião que aconteceu em Davos, bucólica cidade da Suíça que recebeu mais de 50 chefes de Estados e outras centenas de lideranças da chamada sociedade civil. Há esperança de que os diálogos realizados apontem na direção de dias melhores para todos, incluindo todas as formas de vida.

Vi que as questões ambientais e econômicas dominaram o centro dos debates. Foi justo que isso tenha ocorrido. Não são poucos os líderes mundiais que estão convencidos de que a geração de riqueza deve acontecer em sintonia com a preservação do meio ambiente. A causa ambiental não é mais algo do interesse de minorias. Ela se converteu em bandeira de parte muito importante da humanidade.

Não há mais espaço para ações nocivas contra a natureza. O mundo vive em rede e cada iniciativa que violente o meio ambiente repercute negativamente nas conexões que amarram os interesses privados e coletivos de homens e mulheres em todos os continentes.

Achei correta a decisão do governo brasileiro de enviar o Ministro Guedes para representar o país nesse encontro. Precisamos estar atentos com os nossos interesses comercias e outros.

Ocupamos mercados fundamentais no comércio internacional e qualquer erro estratégico pode trazer grandes prejuízos para nosso agronegócio.

Ademais, sou da iniciativa privada e sei muito bem que o mercado espera do Brasil e de outras nações respeito ao meio ambiente e segurança jurídica. O estágio atual do comércio mundial não se ancora como em algum momento da história passada, em diretrizes ideológicas e políticas. Assim, todo cuidado é pouco.

O Brasil fez imenso esforço para ocupar o posto de líder na produção de alimentos. Nosso agronegócio é produto de muito empenho do capital e do trabalho. Daí que é fundamental ouvirmos as opiniões dos parceiros e clientes objetivando aumentar ainda mais a eficiência das nossas cadeias produtivas.

Que as decisões de Davos iluminem os caminhos da produção mundial de alimentos. É possível aumentar a oferta de comida na mesa de todos e cada um protegendo os interesses de todas as formas de vida da natureza.

*Pedro Chaves: É economista, educador, empresário e Secretário de Estado do Governo de Mato Grosso do Sul.

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