Acusado de atacar mulheres no Jardim Carioca é preso

Amanda Amorim

Após 25 dias do primeiro caso, que amedrontou os moradores da região do Jardim Carioca, o autor de três crimes contra mulheres foi apresentado na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) ontem (23). Identificado como Felipe da Silva Gamarra, de 25 anos, conhecido também como “Moleque Travesso”, ele estava evadido do sistema prisional desde fevereiro deste ano e teria diversas passagens por roubo e furto, além de ter em sua ficha outro crime sexual cometido quando ainda era menor.

Segundo o delegado da Derf, Fábio Brandalise, após cometer os crimes, Felipe fugiu para Anastácio, cidade na qual ele tem familiares. Chegando lá, ele se desentendeu com o tio que acabou chamando a polícia. Felipe acabou sendo detido por outros crimes, sendo identificado na manhã de ontem, como o suspeito dos casos cometidos no Jardim Carioca. “Como ele estava evadido do sistema prisional, ele ficou preso. Ele tem antecedentes de crimes violentos, cometidos em 2013. Ele matou um homem usando uma faca”, destacou. Já sobre os casos recentes, ele está sendo indiciado pela Derf e Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). “Ele foi indiciado por roubo, um latrocínio tentado, que é o roubo seguido de morte na forma tentada, e na DEAM será indiciado pela Polícia Civil por estupro e roubo”, esclareceu Brandalise.

No momento dos crimes, que ocorreram em datas diferentes, ele usava as mesmas vestimentas que foram identificadas durante as investigações. O delegado acredita que era uma espécie de artimanha, já que se tratava de um uniforme, no qual ele se escondia na figura de trabalhador. “Ele usava a mesma roupa do primeiro crime, ele usava essa roupa como um álibi, já que ele estava com uma roupa de empresa e as pessoas presumem que ele é um trabalhador que pode estar em horário de almoço”, apontou. Em Anastácio, a casa dos familiares foi vasculhada e um conjunto idêntico foi encontrado. Ele acabou confessando após ser questionado. “Nós apreendemos as roupas e resolvemos questioná-lo com essas provas, com isso ele acabou confessando os casos e alegou que durante os crimes estava sobre efeitos de pasta base e álcool”, frisou.

Caso Jardim Carioca

A primeira vítima foi uma mulher de 30 anos. Ele a abordou na ponte que corta a região e a arrastou para o matagal, onde a estuprou e a esfaqueou. Para o delegado, ele só parou de esfaqueá-la quando acreditou ter a matado. “Ele alegou ter tentado matar a primeira vítima pelo simples fato de achar que poderia ser reconhecido, ele falou ‘eu estou cometendo roubo e estupro, mas essa mulher pode me reconhecer’”, relatou sobre o momento em que Felipe decidiu tentar matá-la.

Na última segunda-feira (19), ele tentou roubar a casa de uma mulher, de 54 anos, quando não conseguiu encontrar dinheiro, levou o isqueiro e o cigarro da vítima. Enquanto fugia, ele abordou uma idosa de 75 anos, que tentava atravessar uma pinguela. Quando ela gritou por socorro, ele a esfaqueou e fugiu, tendo chegado em Anastácio na terça-feira (20). A polícia acredita que ele pode ter cometido outros crimes.

Tranquilidade para famílias

Após o anúncio de que o suspeito de cometer esses crimes está preso, as famílias do Jardim Carioca comemoram o retorno da paz ao bairro. A microempresária, Josiane Dias da Silva, que chegou a montar um grupo de mulheres para chamar a atenção para o caso, conta que a notícia foi muito bem-vinda. “Após saber que ele está preso, nós ficamos aliviados. Ele era morador do bairro e pelo menos com isso nós estamos mais tranquilos. A região ainda precisa de policiamento, mas a prisão dele já nos passa tranquilidade muito grande”, relatou Josiane.

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