Campo Grande: lar de uns e destino para quem veio de fora

O jeito de cidade grande, mas com coração de interior, faz com que a nossa bela Campo Grande ganhe o coração de quem a escolhe como lar. Realização de sonhos para uns e início de uma nova vida para outros, viver em Campo Grande é uma aventura que desenha famílias e constrói histórias, como é o caso de Francisca Gimenes, a dona Chiquinha, que há 69 anos veio de Sidrolândia com a avó em busca de uma vida melhor.

Matriarca de uma grande família composta por laços de sangue e amor, o sentimento de gratidão é nítido no semblante quando fala da querida Morena. “Vim para Campo Grande com a minha avó, com apenas 8 anos para estudar e aqui fiquei. Me casei e criei seis filhos, quatro meus e dois de uma família em que eu trabalhei. Hoje tenho 77 anos, nove netos, nove bisnetos e só tenho motivos para agradecer a esta cidade maravilhosa que me acolheu de braços abertos e me proporcionou oportunidades que nunca imaginei alcançar.” Ela jura que conhece a cidade de olhos fechados e, também pudera, ela vivenciou mais da metade da história da Capital.

De outra geração, mas com semelhanças com dona Chiquinha, Mário Willian Arruda, 28 anos, é outro que nasceu no interior, mas cresceu por aqui. Ele defende que aqui se vive bem com a natureza. “Campo Grande é aquela capital com cara de interior, que quando o vento bate nas palmeiras, o barulho nos remete sempre ao Pantanal, mesmo sabendo que estamos quase no centro. Apesar da má fama no quesito receptividade, não tenho nada do que reclamar, Campo Grande é uma cidade maravilhosa para se viver, crescer e construir família”, ressalta o engenheiro-agrônomo, que nasceu em Angélica.

“Ser cercada de praças, de natureza e coberta por árvores é a principal essência que faz desta Morena um lugar acolhedor. Lugares maravilhosos ao seu redor e riquíssima em cultura, é a prova de sua receptividade de fato. E, como o resto do Brasil, Campo Grande é onde mora a mistura de gaúchos, paraguaios, índios, caboclos, paulistas, pantaneiros e que fazem dela um lugar com uma miscigenação sem igual. Gosto muito e sou grato por tudo que esta cidade me deu, me sinto muito acolhido e quero deixar aqui, se Deus me permitir, a minha âncora”, revela apaixonado.

Singular para quem era acostumado com a calmaria do interior, a Morena modifica costumes e encanta. “Morar em Campo Grande para mim é muito diferente do que eu vivi na minha cidade natal, que é Porto Murtinho. Uma cidade de interior, cidade pequena, com poucos habitantes. Aqui as crianças têm acesso a tudo. Se deslocar até as escolas é bem prático, elas podem usar o transporte público, van e vários outros meios de transporte”, pontua Ana Maria, 38 anos, professora do 1º ano do Ensino Fundamental de Campo Grande há 16 anos.

Filhos da terra vermelha

Com traços poéticos regados de carinho e saudosismo, a filha de Campo Grande com muito orgulho cria uma narrativa envolvente para expressar seu amor. “Gosto de ter na memória as ruas largas, grandes, banhadas pelo sol que ostenta o ano todo. Eu gosto de Campo Grande tanto quando faz frio, ou chove. Onde quer que eu esteja, me lembro como as ruas ficam quietas, silenciosas, obscuras de um cinza que não é o comum. Mas, daí, como se a Capital dominasse a natureza do espaço ao sol e tudo fica colorido. Tenho orgulho de morar aqui”, conta Zenir de Oliveira, 71 anos. “Andando em Campo Grande você pode ver o colorido dos ipês, presencia os voos das araras, ouve o canto de vários pássaros e vê o encantamento do pôr do sol. Tudo isso é a natureza no meio da região urbana.”

“Eu particularmente gosto demais de Campo Grande e, comparando com cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, aqui é uma Capital boa para se morar. E, apesar de ser uma Capital, ela é acolhedora e não é tão grande, então a questão de trânsito e locomoção acaba não sendo tão estressante quando comparada a esses grandes centros. Mas o mais legal para mim é que a cidade é multicultural, possui influência de diversos países, árabes, paraguaios, japoneses e essa influência acaba se refletindo no modo de viver das pessoas e até mesmo na culinária”, finaliza Juliano Nakazato, de 24 anos, estudante de Engenharia Ambiental. (Taynara Foglia)

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