Até a “imunidade de rebanho”, ações contra COVID devem continuar

Especialistas alertam que biossegurança deve ser mantida por mais tempo

Após receber do Ministério da Saúde 158 mil doses de CoronaVac desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac Biotech ontem (18), Mato Grosso do Sul não será capaz de atingir, neste primeiro momento, a imunidade de rebanho. Conforme a infectologista e integrante do COE (Centro de Operações de Emergências), Mariana Croda, a prioridade na campanha de vacinação com os grupos prioritários é diminuir a taxa de internação e mortes por coronavírus.

“A vacinação possui uma taxa de cobertura que dentre os quatro grupos prioritários ela só atinge uma pequena parte da população. O objetivo nessas primeiras quatro fases de vacinação não é de forma alguma fazer com que a doença desapareça do nosso meio, e sim que a gente evite o colapso no sistema de saúde e os óbitos que poderiam ser prevenidos”, reiterou Croda.

Para a infectologista, só será possível estimar uma ampla imunidade na população a partir de um planejamento de vacinação em massa. De acordo com Croda, mesmo com o início das campanhas de vacinação, ainda não é possível estimar uma erradicação da doença. Por este motivo, a pesquisadora adianta que as medidas de biossegurança, o uso de máscaras e o distanciamento social devem ser mantidos por, pelo menos, mais um ano.

Tempo para a imunização

Conforme a pesquisadora e infectologista Ana Lúcia Lyrio, após receber a vacina, em torno de sete dias o corpo humano começa a produzir anticorpos. Com duas semanas, após a aplicação da segunda dose de CoronaVac, a pessoa já poderá se considerar imune contra a COVID-19.

Responsável por coordenar a pesquisa com a CoronaVac em Mato Grosso do Sul, Lyrio explicou que a vacina é reconhecida pelo sistema imunológico da pessoa vacinada e desencadeia a produção de anticorpos (IgM e depois IgG).

Para a pesquisadora, a vacinação permitirá o retorno das atividades no coletivo, a volta das aulas presenciais e a melhoria da economia. No entanto, ainda é necessário manter as medidas de biossegurança até que a propagação do vírus seja reduzida.

Segundo o presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira, a principal função das campanhas de imunização neste momento é reduzir os casos graves e as mortes por coronavírus. De acordo com Silveira, o Sinmed-MS participou no sábado (16) de uma reunião virtual com vários sindicatos para que as entidades participem ativamente das decisões de imunização em conjunto com o governo estadual.

“Enviamos uma documentação ao secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, para participarmos dessas decisões. Em relação aos locais de vacinação, acredito que serão em ambientes controlados, em unidades de saúde e hospitais, principalmente para imunizar a primeira leva de brasileiros, que eu acredito que devem ser os profissionais de saúde na linha de frente”, afirmou Silveira.

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