Futebol Estadual: Operário defende gesto antirracista

Comemoração de atacante recebe apoio da comissão técnica alvinegra

A classificação do Operário para a semifinal do Campeonato Sul-Mato-Grossense teve no rol das cenas marcantes a comemoração de Jonatas Obina. O autor do gol do Galo no empate diante do Comercial, quarta-feira (2), no Morenão, repetiu o gesto antirracista que ganhou força mundo afora pelo movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras Importam”).

Na manhã de ontem, o técnico do Alvinegro campo-grandense endossou o protesto do jogador de 34 anos. “Acho que o gesto é legítimo e necessário. Obina é um atleta negro, que tem o direito de expor sua opinião. Ele pode e deve ser um instrumento de divulgação da luta contra o racismo e da desigualdade racial”, disse Glauber Caldas, por telefone.

Jônatas Paulino da Silva Inácio “Obina” nasceu em Sete Lagoas (MG), e de acordo com o site o Gol, tem dupla nacionalidade: brasileira e guiné-equatoriana. “Isso não prejudica nem a imagem do clube e nem a do próprio jogador. A comissão e o clube apoiam, como já foi exposto nas redes sociais do Operário”, citou o treinador operariano. No sábado (28), o atacante já havia feito o mesmo gesto ao marcar diante do arquirrival.

Na quarta-feira, depois de Jônatas Obina abrir o placar de pênalti, aos 20 minutos, André Paulista empatou dez minutos depois para o Comercial. Porém, como o Galo jogava com a vantagem de perder por até um gol de diferença, a igualdade não foi o suficiente para o Colorado seguir no torneio.

“Acredito que ainda estamos oscilando bastante. o que é normal para um segundo jogo após a pré-temporada, mas longe de ser o ideal para um jogo decisivo de mata-mata”, analisou Glauber Caldas. “Tivemos bons momentos no ataque, com chances claras de gols perdidas, mas também sofremos com as inúmeras bolas aéreas que o Comercial usou durante o jogo inteiro”, acrescentou.

Segundo o vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Marco Tavares, o primeiro jogo da semifinal entre Operário e Aquidauanense será domingo (6), no Morenão. O time do interior inicia a disputa com a vantagem de dois empates.
Ainda de acordo com Tavares, existe a possibilidade do Galo perder três pontos por suposta irregularidade na escalação de jogador. Mas, descartou a paralisação do torneio. Já Estevão Petrallas, presidente do Operário, refutou a notícia sobre o atleta. “Quem acusa tem o ônus da prova!”, declarou também na manhã de quinta-feira.

Na outra semifinal, o Aguia espera o ganhador de Costa Rica e Chapadão, que se enfrentariam ontem. O primeiro jogo desta semi também está prevista para o fim de semana.

No Colorado, técnico lamenta falta de calendário

Do lado alvirrubro, a expectativa é quanto ao destino do elenco e da comissão técnica. Como encarar a situação de não ter mais atividades depois de só duas partidas oficiais? Já há um planejamento para 2021?
“É difícil não te um calendário ideal de competições…Já que a Federação não faz, o clube deveria criar o seu próprio. Mas, enfim, isso cabe aos gestores do clube e não a mim desenvolver”, respondeu o técnico Robson Mattos, ontem, por telefone.
O treinador deixou em aberto sua permanência no time. “O futebol é muito dinâmico e a diretoria tem todo o direito de seguir ou não comigo. Estamos aguardando tais decisões”, acrescentou.

Sobre os duelos com o Operário, Robson considerou que foram duas partidas distintas. “Na primeira partida fizemos um ótimo primeiro tempo, mas falhamos no segundo, não mantivemos o ritmo. A partida de ontem (quarta) foi muito boa Nos dois tempos. Mesmo tomando o gol no primeiro tempo, a equipe manteve o equilíbrio e conseguiu manter a intensidade e poderíamos vencer o jogo se tivesse convertido os gols”, finaliza.

(Texto: Luciano Shakihama)

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