Demanda chinesa e alta do dólar valorizam preço do boi em MS

Custo da arroba subiu 9% neste mês e bezerro já valorizou 50%

A alta do dólar e a desvalorização do real não elevaram apenas as exportações de carne de Mato Grosso do Sul em meio à pandemia. Para dentro da porteira nas propriedades rurais o avanço nas cotações ficou em 9% somente neste mês na arroba do boi, beirando os R$ 250. Além disso, com uma falta generalizada de animais para a reposição, de agosto até agora foi de quase 50% a majoração no preço do bezerro de reposição no Estado. 

O preço da arroba em dólar registrou um ganho de US$ 7,00/@ nos últimos quinze dias, sendo que no início do mês de agosto a arroba brasileira estava cotada a US$ 40,00/@. Os preços do boi brasileiro ficaram mais caros do que da Argentina e Paraguai, mas o produto brasileiro segue competitivo no mercado externo.

Hoje a pecuária no Brasil tem mais demanda do que oferta. Isso porque na China houve perda de 40% do rebanho de suínos por causa da peste. A China é a maior consumidora de carne suína do mundo detém mais de 50% do rebanho destes animais. “Com a doença o rebanho foi afetado e mudaram o consumo da proteína animal, estão comprando frango carne bovina suínos, todo. Isso valorizou toda a cadeia da carne no Brasil”, explicou o presidente do Movimento Nacional de Produtores, Rafael Gratão, que também é pecuarista e diretor do Sindicato Rural de Campo Grande.

Ele destaca ainda que a pandemia desacelerou a produção e as indústrias tiveram que afrouxar escalas por causa da contaminação de colaboradores e menor consumo em março. “No início da pandemia o mercado desanimou.Isso ocasionou queda no preço da arroba em março. Diante da situação muitos produtores desanimados não fizeram confinamento sem motivação. Com isso tivemos uma redução de animais fechados em confinamento em relação a 2018, mas foi maior que em 2019. Mas agora com a pandemia menos bovinos foram confinados aí veio o aumento de exportações e demanda maior de proteína animal. Por isso, com esta quantidade de bovinos confinados e seca houve há a falta de carne no mercado. Os frigoríficos querem comprar, tem demanda, mas não temos bovinos”, frisou ele.

(Confira mais na página A8 da versão digital do jornal O Estado)

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