Calor e tempo seco na Capital impulsionam consumo de água

Umidade do ar deve voltar a ficar abaixo dos 12% nesta semana

Não é de hoje que o clima de deserto tomou conta de Mato Grosso do Sul. Para tentar amenizar o tempo seco, a população tem recorrido a água, seja para consumo ou para deixar o ambiente mais fresco. No fim de semana, a umidade relativa do ar ficou abaixo dos 12% em pelo menos sete cidades do Estado, entre elas, Campo Grande.

Segundo o vendedor ambulante de água, Otávio Silva, 45 anos, que fica na região central da cidade, desde que passou a frente fria, a venda aumentou, e muito. “Eu trago 100 garrafinhas de água por dia e já tem, praticamente, uma semana que tenho vendido todas até, no máximo, às 16h. Já penso até em aumentar o estoque porque se o tempo continuar assim a probabilidade é que eu venda mais ainda”, ressaltou.

Em outro ponto da cidade, na saída para Três Lagoas, Gladyson Oliveira, 45 anos, vende água há 12 anos. Conforme ele, sua média diária é de 200 garrafas. “Hoje mesmo, em cinco horas já vendi 48 garrafinhas. Já tive até que correr no supermercado para comprar mais e aumentar o estoque. Geralmente, até as 15h eu vendo as 200 garrafas de água. E como estou aqui há muito tempo, já tenho clientes fiéis, clientes que se tornaram amigos”, garantiu.

A dona Noeli Mazlum, 72 anos, é um exemplo de quem passou a ingerir mais líquido para driblar o tempo seco. “Estou bebendo muito mais água, suco e tomando vários banhos por dia. Mas, está tão seco que não tem resolvido muita coisa”, assegurou. A cabeleireira Juliele dos Santos, 31 anos, chega a jogar água pela casa e quintal para tentar aliviar o calorão.“Tenho certeza que minha conta de água vai vir mais cara este mês com o tempo seco. Eu jogo água na casa, na varanda e no quintal para ver se melhora um pouco. Eu também procuro sempre umidificar o nariz”, relatou.

Prejuízos para a saúde

Segundo o médico pneumologista Pedro Paulo, umidificar a mucosa é uma das mais importantes medidas para o tempo seco. “Seja com a receita de água e sal ou com qualquer um dos inúmeros produtos à base da água e sal que existem no mercado. Mas, para sobreviver neste deserto, precisamos ainda beber muito líquido, um litro para cada 20 kg de peso corporal, umidificar o ambiente, usar protetor solar em áreas sensíveis como face e mãos e usar creme hidratante”, explicou.

Ainda conforme o médico, com umidade relativa do ar muito baixa, a pessoa pode morrer caso fique desidratada. “Por isso, a importância da alta ingestão de líquidos. A atenção deve ser redobrada com os idosos que esquecem de beber água, assim como as crianças e os animais”, ressaltou.
No último sábado (29), de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Campo Grande registrou 9% de umidade relativa do ar, assim como Coxim. Em Sonora e São Gabriel do Oeste, o índice foi de 10% e em Amambai e Corumbá de 11%.

Já no domingo (30), a taxa em Campo Grande, Amambaí, Costa Rica e Água Clara era de 11%. As demais cidades do Estado registraram taxa acima dos 12%. Das 20 cidades com umidades do ar mais baixas do país, nove eram sul mato-grossenses. Conforme o meteorologista do Inmet, Mamedes Luiz Melo, as altas temperaturas e o tempo seco devem perdurarem pelo Mato Grosso do Sul pelos próximos dias.

“Esse tempo é por causa da massa de ar seca que está sobre o Estado e é normal nessa época. Nesta terça-feira (1º), o clima deve ser muito parecido com o que tivemos ontem (31), com a temperatura máxima podendo chegar aos 39ºC. Na quarta-feira (2), a umidade deve ser um pouco melhor, no entanto, com mínima de 20%, ainda baixo. Já na quinta-feira (3), ela volta a ficar abaixo dos 12%”, assegurou.

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