Com pandemia, ambulantes da região central sobrevivem com renda reduzida

O isolamento social forçado para conter a disseminação do novo coronavírus cancelou eventos de grande público e fechou locais de lazer e convivência em comum. Essas mudanças impactaram diretamente na vida dos vendedores ambulantes, provocando queda nas vendas ao passo que outros não voltaram para as vendas nas ruas. A luta para conseguir manter a renda continua para os vendedores que, em sua maioria, estão fora de seus “pontos”. 

Este é o caso do pipoqueiro Luiz Carlos, de 67 anos, que há 37 anos tinha seu carrinho estacionado na calçada da Rua 26 de Agosto, próximo do Centro Cultural José Octávio Guizzo. Segundo Luiz Carlos, desde que começou a pandemia ele não vai mais para o ponto vender pipoca, principalmente porque seus clientes eram do Centro Cultural, que não está funcionando. “Já tem cinco meses que não tenho renda extra porque, atualmente, recebo aposentadoria, mas complementava com a venda de pipoca. Tinha dia que eu vendia R$ 120, um dinheiro que faz falta para manter as contas e alimentação”, assegurou. 

E não é apenas ele que está nesta situação. Valdivino Barbosa, 70 anos, é outro vendedor ambulante da região central. Ele vende doces há dois anos no cruzamento da Rua Barão do Rio Branco com a 13 de Maio. Por conta da pandemia, as vendas caíram em mais de 50%, além da necessidade de ficar 42 dias em casa, sem faturamento. “Antes dessa doença eu vendia uma média de R$ 40 por dia, depois que voltei, é raro conseguir vender R$ 20 e isso refletiu diretamente no orçamento de casa, ainda mais que só minha esposa é aposentada”, ressaltou. 

Dona Ester da Silva, 67 anos, tinha um “ponto” dentro a Praça Ary Coelho, mas, como o local está fechado, hoje ela coloca o seu carrinho na calçada no entorno da praça. Há oito anos Ester vende água, suco, refrigerante e café no local, mas com a pandemia ela não trabalha todos os dias. “Eu venho quando está faltando algo em casa e eu preciso de dinheiro, mas eu também cuido como está o número de infectados, se está alto, eu não venho para não correr o risco de pegar essa doença”, explicou. 

(Confira mais na página A6 da versão digital do jornal O Estado)

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