Pandemia aumenta dificuldades de ONGs de proteção animal

Mais abandonos, menos doações e descaso do poder público são reflexos do coronavírus

Devido a pandemia do novo coronavírus, ONGs de proteção aos animais passam por dificuldades para conseguirem se manter e continuar resgatando cães e gatos que vivem em estado de vulnerabilidade nas ruas de Campo Grande. A falta de dinheiro, produtos de limpeza e até alimento são os principais desafios enfrentados pela Organização.

Realidade da ONG Fiel Amigo, que hoje, abriga mais de 200 animais entre cães e gatos. Presidente da instituição há 8 anos, Laura Cristina Brito, de 49 anos conta que a situação vivida atualmente é muito difícil e preocupante. Durante a pandemia as doações caíram em 80% e de acordo com ela, o suporte para as instituições deve vir do poder público.

“A situação que já não era boa a cada dia está ficando pior. Nós não temos nenhuma ajuda do poder público, estamos nos sentindo completamente abandonados e passando por muitas dificuldades, principalmente agora por conta da pandemia onde as doações caíram muito. Animal abandonado e sofrendo maus tratos é uma questão de saúde pública”, afirma.

Por conta da falta de verba para resgatar novos animais abandonados, as ONGs estão com os serviços de resgates suspensos. “Nós entendemos que não dá mais para resgatar, porque não adianta eu tirar da rua e deixar ele passar necessidade lá dentro. Um animal precisa comer, precisa ser reabilitado para depois colocar para adoção, então nesse momento esse serviço está parado”, revela a presidente.

Diante do cenário vivido atualmente pelas Organizações, quem também mostra descontentamento é a corretora de imóveis e presidente da ONG MapanCG, Amanda Bileski, de 33 anos. A instituição abriga mais de 100 animais. Segundo ela, além da falta de recurso, a diminuição das doações é um fator que agrava o problema enfrentado.

“Quando a pessoa fala de mais um animal não é só a ração daquele cachorro, tem toda uma demanda de trabalho que precisamos manter para aquele animal ficar bem. As doações diminuíram muito e para completar temos que conviver com descaso do poder público. Ele se isenta de toda e qualquer responsabilidade”, comenta.

Em ralação as ambições para a causa, Amanda espera que com tudo isso, o poder público comece a agir de forma diferente. “Esperamos um dia eleger pessoas aptas, que queiram de fato trabalhar em prol dessa causa. As pessoas precisam abrir os olhos e agir de uma forma diferente e com isso o poder público possa agir de uma forma diferenciada”, conclui.

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