Com alta em julho, casos devem cair no fim de setembro

Desde o início da pandemia no Estado, os dados apontam que julho foi o pior mês de contágio do novo coronavírus, representando quase 75% do total de casos confirmados. Com o aumento significativo do número, o infectologista da Fiocruz Júlio Croda acredita que até o fim desta semana haverá a superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Capital, antecipando o cenário de colapso de um novo estudo divulgado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) sobre a disseminação do vírus. Pela estatística elaborada por docentes da universidade, uma pessoa contaminada pode infectar outras duas.

De acordo com estudos de professores da UFMS, o número de casos da COVID-19 na Capital até 30 de junho era de 2.241 casos e passou para 8.883 casos até domingo (26). Os 6.642 casos registrados somente no mês de julho representam 74,77% do total de casos confirmados.

Em Campo Grande, uma pessoa infectada transmite a COVID-19 para 1,7 indivíduo, o que indica risco muito alto de propagação da doença. “Uma pessoa transmite para 1,7, ou seja, em média, cada pessoa infectada transmite para duas pessoas. Quanto maior esse número, maior a velocidade da transmissão”, explicou Croda.

Conforme os pesquisadores, a quantidade de casos dobra em média a cada 13 dias. “Desde o dia 11 de junho estamos em cenário de crescimento exponencial de casos. Se nada for feito para conter a proliferação, continuaremos neste cenário por todo o mês de agosto. Somente em setembro que começará a diminuir, com pico estimado para 23 de setembro com 86.325 casos”, analisaram os autores do estudo.

Os dados mostram que a quantidade de pessoas diagnosticadas com a COVID-19 que precisarão de atendimento em leitos clínicos superará a quantidade de leitos disponível ainda em agosto, mas Croda acredita que esse cenário possa ocorrer antes. “Já estamos sem leitos, com pouca porcentagem disponível, se continuar assim até o fim desta semana vamos ficar sem leitos disponíveis”, comentou o infectologista.

O infectologista ainda destacou que para a população se conscientizar é necessário conhecer a realidade de Campo Grande. “Nas UPAs, os pacientes estão comentando que já têm dificuldades para internar seus familiares; esta é a realidade”, lamentou.

(Texto: Dayane Medina/Publicado por João Fernandes)

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