Fisioterapia pélvica como aliada na saúde da mulher

Especialidade atua no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e é especialmente recomendada na menopausa

Você já ouviu falar em fisioterapia pélvica? É uma especialidade responsável por fortalecer o assoalho pélvico, evitando problemas causados pela perda de força naquela região, como incontinência urinária, dor na hora da relação sexual, falta de lubrificação e a anorgasmia.

De acordo com a fisioterapeuta e mestranda no programa de pós-graduação em ciências do movimento, Dayane Caetano Bottine, são muitos os benefícios que a atividade pode trazer, entre eles evitar problemas que muitas pessoas consideram ‘normal’ no processo de envelhecimento, mas que na verdade não são e podem ser evitados.

“Nós tratamos todos os problemas e disfunções relacionadas ao conjunto de músculos e ligamentos que fazem a sustentação dos órgãos pélvicos e todo conteúdo que fica na pelve, parte baixa do abdômen. Quando essa musculatura está fraca nós temos a incontinência urinária, dor na hora da relação, falta de lubrificação e a mulher não consegue chegar ao orgasmo por fraqueza nessa região. Então, a fisioterapia pélvica vem para trabalhar todos esses problemas uroginecologicos e proctologicos e sexualidade”, explica a especialista.

As disfunções sexuais interferem tanto na qualidade de vida das mulheres quanto no relacionamento com os seus parceiros. É capaz de influenciar a saúde física e mental e pode ser afetada por fatores orgânicos, emocionais e sociais. “Essa técnica é fundamental para a autoestima das pessoas. Quando estamos com a saúde física e principalmente mental boa, temos um psicológico melhor, se nós temos uma relação sexual boa, o nosso corpo quer cada vez mais, nós produzimos mais hormônios, como a serotonina, citosina, que é o hormônio do prazer e isso tudo é causado pelo sexo”, revela a fisioterapeuta.

Conhecer o próprio corpo é fundamental para que se possa ‘chega lá’. Um dos fatores mais importantes para atingir o orgasmo é saber o que proporciona mais prazer na hora do sexo. “É necessário que a mulher conheça seu próprio corpo. A mulher precisa saber em qual parte ela sente mais prazer. Nós trabalhamos com exercícios físicos para melhorar o fortalecimento muscular dessa região. A fisioterapia tem uma ampla abordagem para melhorar a líbido. Quando a mulher já tem o assoalho pélvico, coordenado, ela já se conhece, nós trabalhamos o pompoarismo para aumentar o prazer daquela região, a sensibilidade”, orienta.

Mas antes de sair por aí fazendo exercícios aleatórios e que prometem milagres, tenha muito cuidado. Somente um especialista pode avaliar as necessidades de cada pessoa e, a depender do problema, indicar os exercícios adequados. “Cada caso é uma situação diferente. Tem mulheres que precisam de duas sessões por semana, outras uma, nós fazemos uma avaliação, avaliamos a força da musculatura da pessoa e a partir dai traçamos um plano terapêutico. Temos várias ferramentas que melhoram essa musculatura”, finaliza.

Vaginismo

A dor na hora da relação sexual, causada muitas vezes pelo medo e estresse excessivo, é um problema que tem nome e afeta de 3% a 5% da população feminina. Muitas vezes encarado como ‘frescura’, o vaginismo tem cura e merece atenção.

“A mulher que tem vaginismo se sente totalmente incapacitada para o sexo, pois seus músculos vaginais se contraem involuntariamente e a penetração se torna inviável por causa da dor. Mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, em que a virgindade é muito valorizada, podem desenvolver vaginismo. Traumas e abusos também podem estar relacionados ao distúrbio”, esclarece.

O tratamento depende de cada caso, mas, em geral, engloba exercícios de relaxamento da musculatura vaginal, além de técnicas de respiração, inserção de dilatadores vaginais e psicoterapia.

(Texto: Bruna Marques)

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