O dólar recua, nesta sexta-feira (5), refletindo o maior apetite a risco nos mercados globais. Às 13h10, o dólar comercial caía 3,4%% e era vendido por 4,958 reais. É a primeira vez desde 13 de março que a moeda americana é negociada abaixo de 5 reais. Com isso, a divisa caminha para fechar em queda pela terceira semana consecutiva. O dólar turismo, com menor liquidez, recuava 3,1%, cotado a 5,23 reais.
Entre os fatores que impulsionam esse movimento estão os dados de desemprego dos Estados Unidos, considerado um dos melhores da história, e a perspectiva de que a economia se aqueça conforme os estímulos dos governos e bancos centrais forem liberados.
A explicação é que, nesta manhã, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou o payroll de maio, que mede a variação a dos postos de trabalho não-agrícola. Os resultados apontaram crescimento do mercado de trabalho, pegando o mercado de surpresa. Enquanto se esperava a perda de até 8 milhões de postos, foram criados 2,5 milhões, reduzindo a taxa de desemprego de 14,7% para 13,3%. Pelas projeções do mercado, o desemprego saltaria para 19,7%.
A agenda externa, portanto, é o que explica o otimismo no mercado de câmbio. “No Brasil, a situação ainda é bem complicada, com números crescentes de mortos pelo novo coronavírus”, lembra Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest. “Os dados econômicos locais estão começando a vir bem ruins, como no caso da produção de veículos, sem falar que o fato político não tem ajudado muito”, acrescenta.
(Texto: João Fernandes com Exame)
