Saiba porque a terapia é importante para todo ser humano

 

O tratamento psicoterapêutico, mais conhecido como “terapia” vem ganhando espaço e reconhecimento como uma prática essencial para todo ser humano. Embora muitos não saibam, o acompanhamento não se trata de uma prática, ou hábito luxuoso, nem mesmo de atalho para pessoas em vulnerabilidade.
A psicóloga Talwane K. N. Moreira, explica que um dos maiores objetivos da psicoterapia é proporcionar um autoconhecimento para que a pessoa se torne seu próprio terapeuta. “Nosso foco, é fazer com que o paciente consiga ver suas próprias ações de forma imparcial, já que o nosso comportamento é automático, carregado de crenças que nos acompanham desde o início da nossa formação”.
Ainda segundo a profissional, é necessário entender o comportamento de cada paciente para que a terapia traga efeitos satisfatórios. “Existem muitas pessoas que acreditam não precisar de um psicólogo por terem amigos, e utilizarem seus hobbies como ‘terapia’. Mas tudo isso vai de fato, na contramão do que é a psicoterapia em si, onde nós observaremos essa pessoa, entender o seu comportamento, para saber o porque dela fazer aquilo que faz. Quais suas crenças, seus pensamentos, o que impede aquela pessoa de fazer o que quer fazer, ser o que deseja ser, entre tantas outras coisas. A partir de então, nós trabalhamos e ensinamos a elas como simplificar todas essas questões”, esclarece.
Benefícios do tratamento
Ao falar sobre as vantagens da terapia, a psicóloga chama a atenção para a saúde como um todo, que pode ser comprometida por conta de pensamentos prejudiciais a mente e ao corpo humano. “Além da mudança de comportamento, deixamos aqueles pensamentos que não nos fazem bem, que podem prejudicar nossa saúde dentro de nós mesmos, e que por certas vezes acabam conduzindo a nossa vida. Como por exemplo, aquelas pessoas que não falam o que pensam, que querem agradar a todos, pensamentos distorcidos, catastróficos, de achismo e daquilo que os outros vão pensar. Quando não conhecemos esses padrões comportamentais, é muito difícil mudarmos. Só a psicoterapia pode nos ajudar a fazer isso”, garante a especialista.
Mas a terapeuta alerta: “Vale lembrar que o tratamento não é para sempre, assim que a pessoa aprende a lidar com ela mesma, ela pode deixar a terapia, ou até mesmo frequentar esporadicamente”, afirma.
Preconceito
Para Talwane, um conceito muito recorrente no meio da sociedade é o prejulgamento das pessoas. “Muita gente acredita que não estão vulneráveis, que devem ser fortes e independentes. As vezes o tratamento é associado por essas pessoas como um sinal de fraqueza. Além do mais, existem aqueles que julgam a prática. Exemplo disso, sãos as brincadeiras que podem constranger quem necessita ou tem interesse em fazer o acompanhamento. É importante ressaltar, que o pensamento de que ‘eu preciso ser forte’ deve ser revisto. Ninguém precisa ser forte o tempo todo, e para fazer terapia é sim, preciso ser forte, entrar ali e olhar para dentro de si”, revela.
Durante oito meses, o agente de intercâmbio Pedro Augusto de 24 anos, participou de sessões de terapia. Durante duas vezes na semana ele separava um tempo só dele para se conectar com seu interior. O jovem lembra que na época a terapia foi um divisor de águas em sua vida e que aprendeu a encarar tudo e todos de forma mais leve desde que fez o tratamento.
“Com a terapia pude me conhecer melhor, entender minhas limitações, aceitar minhas escolhas de vida e principalmente a me amar. Pude entender que só sofri tanto nos meus relacionamentos amorosos anteriores porque eu não me amava. Não o suficiente para entender que eu não cabia naquele lugar, com as pessoas por quem me apaixonei. Foi a partir desse tratamento, que aprendi a me colocar em primeiro lugar e então, tenho vivido de forma mais leve e feliz. É um processo de amadurecimento natural, e você sente que é uma experiência enriquecedora”, garante.
O que muitos diziam ser frescura, para Pedro foi uma forma de tornar seu futuro melhor. “Logo quando comecei, me diziam que era frescura, que é para pessoas fracas. Eu não acredito em nada disso. Somos todos humanos, com nossas falhas, cicatrizes e trajetórias. E as vezes buscamos a terapia para tratar, ou aceitar essas falhas, para aprender a ver o lado bom das cicatrizes e entender nossas trajetórias. Isso tudo, no futuro, pode nos ajudar a tomar melhores decisões na vida”, conclui o jovem.

(Texto:Karine Alencar)

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