Mandetta volta a ironizar recomendação de cloroquina

O ex- ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido do cargo por criticar as recomendações do presidente Jair Bolsonaro, sobre o uso da cloroquina em pacientes com coronavírus (Covid-19). Debateu mais uma vez a administração do medicamento em pacientes com o vírus.

Luiz Henrique Mandetta fez uma referência irônica, mas sem citar nomes durante o primeiro painel sobre saúde na Brazil Conference at Harvard & MIT, realizado ontem quarta-feira (3), e transmitido pelo Estadão. “Uma pessoa leiga propor a cloroquina e outro leigo fazer o protocolo que libera o medicamento no mesmo dia é o mais próximo de um estudo duplo-cego que temos no Brasil”, declarou.

No fim de abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou o medicamento após uma reunião com o presidente no mesmo dia. Apesar de reconhecer que não há ainda comprovação de segurança e eficácia do tratamento, o CFM afirmou na ocasião que a liberação ocorreu por causa da excepcionalidade da pandemia.

A professora e chefe do departamento de Saúde Global e População de Harvard, Marcia Castro, que também participou do painel, criticou Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por desvalorizarem a ciência. Ela creditou especialmente à falta de liderança o cenário negativo dos dois países. Para ela, o Brasil tinha estrutura “de dar inveja a outros países” para dar uma resposta efetiva à pandemia: o SUS. Mas, por falta de uma boa gestão federal, há “5.570 governanças paralelas, cada uma tentando resolver o problema”.

(Texto: Karine Alencar com o Notícias ao Minuto)

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