Aumento de uso da cloroquina pode provocar mortes em casa, diz Mandetta

Em entrevista à Folha de São Paulo nesta segunda-feira (18), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o uso de cloroquina em pacientes que não se encontram em casos graves do coronavírus (Covid-19), pode provocar morte por arritmia.

Os esclarecimentos foram realizados pelo ex-executivo da pasta, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, defender a utilização do medicamento em maior escala, incluindo pacientes com quadro leve pelo vírus.

Além de existir a chance de levar pacientes à óbito, Mandetta também afirmou que a recomendação da cloroquina para mais pessoas pode aumentar a pressão por vagas em centros de terapia intensiva (CTI).

“Começaram a testar pelos (quadros) graves que estão nos hospitais. Do que sei dos estudos que me informaram e não concluíram, 33% dos pacientes em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender o uso da cloroquina porque deu arritmia que poderia levar à parada cardíaca ” afirmou.

“Se todos os velhinhos tiverem arritmia, vão lotar o CTI, porque tem muito mais casos de arritmia que complicação de Covid. E vão ter que arrumar CTI para isso, e pode ser que morra muita gente em casa com arritmia” acrescentou.

“A ideia de dar a cloroquina, na cabeça da classe política do mundo, é que, se tiver um remédio, as pessoas voltam ao trabalho. É uma coisa para tranquilizar, para fazer voltar sem tanto peso na consciência” finalizou.

(Texto: Karine Alencar)

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